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Deus o chamou para ser o "grande patriarca do monaquismo ocidental". A ordem por ele fundada fez nascer das ruínas do Império Romano a cultura e a civilização européias.
Pe. Pedro Morazzani Arráiz, EP
O orgulhoso e outrora invicto Império Romano dissolvia-se devastado pelas hordas avassaladoras dos invasores bárbaros. Tudo cedia diante deles: exércitos, muralhas, instituições e costumes eram varridos pela maré montante dos novos dominadores.
"O navio afunda!" - exclamava São Jerônimo, que escreveu com tristeza ao receber a notícia da queda de Roma: "A minha voz se extingue; os soluços embargam-me as palavras. Está tomada a ilustre Capital do Império!"
A civilização parecia se desfazer num dramático ocaso sem esperança.
Entretanto, uma estrela luzia nessa escuridão desconcertante, indicando o verdadeiro rumo dos acontecimentos: na cidade de Hipona cercada pelos vândalos, Santo Agostinho escrevia "A Cidade de Deus", proclamando que o mundo nascido do paganismo soçobrava irremediavelmente, e a Cidade de Deus - a Santa Igreja Católica - não apenas jamais seria destruída, mas sempre triunfaria sobre qualquer adversidade.
Que meios, porém, e que homens utilizaria Deus para desse caos fazer emergir a ordem e o esplendor?
Vocação do varão providencial
Nos tempos evangélicos, o Divino Mestre chamara obscuros pescadores para serem as colunas de sua Igreja. Agora o Espírito Santo escolhia um jovem para renovar essa sociedade convulsionada e instaurar uma nova civilização.
No entanto - oh, paradoxo! - esse rapaz, cujo nome era Bento, nascido de nobre família da Núrsia, em 480, sentiu em si o apelo do Senhor para O seguir no silêncio e na solidão.
Seus pais o enviaram a Roma para estudar. Mas logo percebeu ele que, para corresponder ao sobrenatural desejo que ardia em seu coração, não podia permanecer naquele mare magnum, misto de barbárie e cultura romana decadente.
Assim, na flor da juventude e sem nunca ter manchado sua inocência batismal, abandonou casa, haveres e estudos, e partiu à procura dum lugar ermo onde pudesse adquirir o conhecimento e o amor de Deus.
"Desejava mais os desprezos que os louvores do mundo"
A cidade de Enfide (atual Affile), a cerca de 50 quilômetros de Roma, foi o local escolhido para o seu recolhimento. Ali se instalou com sua antiga governanta, que lhe prestava os serviços domésticos.
Um pequeno incidente caseiro foi ocasião para o seu primeiro milagre. Encontrou certo dia a governanta chorando porque, por descuido, deixara quebrar um crivo de argila que havia pedido emprestado a uma vizinha para limpar trigo. Compadecendo-se dela, Bento tomou os pedaços do crivo, pôs-se em oração e ele se reconstituiu de forma tão perfeita que nem se notava sinal algum de fratura.
Logo se espalhou a notícia desse milagre, trazendo-lhe muita fama. Ele que, segundo relata o Papa São Gregório Magno, "desejava mais os desprezos que os louvores deste mundo", fugiu da casa de Enfide, indo procurar refúgio num lugar solitário chamado Subiaco, onde se alojou numa minúscula gruta.
Uma grande tentação, uma vitória definitiva
A caminho de Subiaco, ele encontrou- se com Romano, monge que vivia num mosteiro próximo dali. Em determinados dias, Romano fazia descer por uma corda um pedaço de pão até a gruta de Bento. Durante certo tempo, foi esta a única fonte de alimentação do jovem ermitão. Em breve, porém, tornou-se ele conhecido na região, e muitas pessoas, vindo procurar nutrimento para suas almas, traziam-lhe alimento para seu corpo.
Nesse período, sofreu o jovem as mais duras tentações diabólicas. Fortemente provado em certa ocasião contra a virtude da pureza, viu-se a ponto de ceder e até mesmo abandonar sua solidão. Ajudado, porém, pela graça divina, reagindo, despojou-se de sua vestimenta e se atirou numa moita de espinhos e urtigas, na qual se revolveu durante longo tempo. Saiu com o corpo todo ferido, mas com a alma livre da tentação.
Tentativa de envenenamento
Nos três anos em que passou nesse lugar em completo isolamento, espalhou- se a fama de sua santidade. Tendo falecido o abade de um mosteiro existente por perto, os monges vieram pedir-lhe para assumir esse cargo. De início, Bento recusou, porém, ante a grande insistência dos religiosos, acabou por aceitar. Em pouco tempo, contudo, esses tíbios monges - arrependidos de terem escolhido por superior um homem que lhes exigia o caminho da perfeição - decidiram matál-o, pondo veneno no seu vinho. O Santo traçou um grande sinal-da-cruz sobre a jarra de cristal que lhe foi apresentada e esta se despedaçou.
Compreendendo bem o que isso significava, Bento abandonou no mesmo dia o mosteiro de monges relaxados e regressou à estimada solidão de sua gruta.
Nasce a Ordem Beneditina
Atraídos pelo brilho de suas virtudes e a fama de seus milagres, muitos varões sedentos de sobrenatural foram para junto da gruta para viverem sob sua direção. Formaram-se, assim, sucessivas comunidades. Ao todo, São Bento erigiu ali doze mosteiros, escolhendo um abade para cada casa.
Estava fundada a Ordem Beneditina.
Nessa época, Subiaco começou a ser visitada por pessoas importantes de Roma que traziam os filhos para serem educados segundo o espírito beneditino. Dentre estes, o Santo abade recrutou dois de seus melhores discípulos: São Mauro e São Plácido.
Grande taumaturgo
Deus concedeu com largueza a seu servo o dom dos milagres.
O abastecimento de água de três dos mosteiros construídos sobre alta montanha acarretava grandes trabalhos aos monges. Estes foram pedir- lhe para se mudarem. Nessa noite, Bento rezou nesse local durante bom tempo e, antes de descer, marcou um ponto com três pedras. No dia seguinte disse àqueles monges:
- Ide e cavai no rochedo onde encontrardes três pedras superpostas.
Feito isso, de lá brotou água que jorra em abundância até hoje.
Bento havia aceitado como monge um homem godo "pobre de espírito". Certo dia, deu-lhe por missão desbastar o mato à beira do lago para ali plantar uma horta. O homem cortava com vigor o matagal quando a foice desprendeu-se do cabo e caiu no lago, num lugar profundo. Aflito, foi ele confessar a São Mauro sua "falta". Bento, posto a par do sucedido, foi ao local e enfiou na água a ponta do cabo. Nesse momento a foice subiu do fundo do lago e prendeu-se de novo no cabo. - Toma, trabalha e não te aflijas mais - disse o santo Abade ao monge. Muitos outros milagres operou Deus por intermédio de seu fiel servidor. Ele curou doentes, salvou pessoas de perigos, expulsou demônios, fez um monge andar sobre as águas, e até ressuscitou um menino morto.
"Eu estava presente..."
Outro dom singular que aprouve ao Senhor conceder-lhe é o de estar presente em espírito junto a seus filhos espirituais, onde fosse necessária sua vigilância de Pai e Fundador. Dois episódios ilustram bem esse prodigioso privilégio.
Prescrevia a regra que os monges nada comessem nem bebessem quando saíssem do mosteiro para cumprir alguma incumbência. Um dia dois monges, tendo ficado fora até muito tarde, aceitaram hospitalidade de uma piedosa mulher que lhes serviu alimento e bebida. Voltando ao mosteiro, foram pedir a bênção a São Bento, que os interpelou:
- Onde comestes?
- Em nenhum lugar - responderam eles.
- Por que mentis? Acaso não entrastes na casa de tal mulher e ali comestes tal e tal coisa, e bebestes tantas vezes?
Os dois culpados prostraram-se a seus pés e lhe pediram perdão.
Havia perto de Subiaco uma comunidade de virtuosas mulheres consagradas ao serviço do Senhor, às quais o Santo enviava com freqüência um monge para lhes dar assistência espiritual. Certo dia, o monge encarregado dessa missão aceitou de presente delas alguns lenços e os escondeu sob o hábito, em seu peito. Regressando ao convento, foi severamente repreendido por São Bento e ficou estupefato pois, tendo já se esquecido da falta cometida, não atinava com o motivo da repreensão. Então o santo Abade lhe disse: "Acaso não estava eu presente quando recebeste das servas de Deus os lenços e os guardaste em teu peito?"
Alvo de perseguições
Em todos os tempos e lugares, é próprio dos Santos serem alvo da incompreensão e do ódio dos asseclas do demônio. O sacerdote de uma igreja próxima de Subiaco, tomado de inveja, começou a denegrir o gênero de vida de Bento, procurando afastar de sua santa influência todos que podia. Vendo frustrados seus esforços, enviou de presente a Bento um pão envenenado, com o fito de matá-lo. Fracassado também este intento, chegou ao cúmulo de introduzir no jardim do mosteiro sete mulheres de má vida, com esperança de corromper os jovens monges.
Compreendendo que tudo isso era feito com intuito de persegui-lo pessoalmente, Bento nomeou prepostos seus em cada um dos doze mosteiros que havia fundado, e retirou-se de Subiaco.
Monte Cassino, o caminho para a restauração
Dirigiu-se então a Cassino, uma cidadezinha fortificada a meio caminho entre Roma e Nápoles. Havia lá um templo pagão no qual camponeses da região rendiam culto a Apolo. Ao redor do templo, mantinham eles cuidadosamente alguns bosques nos quais ofereciam sacrifícios ao demônio. Ali chegando, o homem de Deus destruiu o ídolo, abateu os bosques e transformou o edifício em igreja erguendo nela um oratório a São João Batista e outro a São Martinho de Tours.
Em seguida, deu início à construção do famoso mosteiro de Monte Cassino, o qual teve por único arquiteto o santo Abade e como construtores os próprios monges.
O mosteiro de Monte Cassino foi a resposta de Deus à decadência do mundo de sua época. Exemplo de governo patriarcal e de sociedade verdadeiramente cristã, em meio às nações bárbaras, exerceu enorme influência sobre os costumes privados e públicos, tanto na ordem espiritual quanto na temporal. Bispos, abades, príncipes e homens de todas as classes visitavam o Santo, seja para lhe pedir um conselho, seja pela amizade e estima que tinham por ele. Potentados da época, às vezes depois de conquistas e vitórias, iam com freqüência refugiar-se secretamente em Monte Cassino para se embeberem um pouco do espírito beneditino.
Descobriu-se, assim, após o desmoronamento do Império Romano, o caminho para a renovação.
A Regra dos Monges
Enquanto erguia o edifício do novo mosteiro, São Bento erigia interiormente a Obra beneditina sobre uma base mais firme que a rocha, escrevendo sua inspirada e famosíssima Regra dos Monges. Tem ela por objetivo desprender o coração humano das trivialidades, facilitando à alma elevar-se a Deus sem obstáculos, com um proceder sempre sereno, tendo em vista a vida eterna. Com seu conhecido aforismo "Ora et labora" (Reza e trabalha), a Regra tem o mérito de harmonizar no monge a oração e a ação, a ascese e a mística.
A Regra escrita por São Bento produziu benéficos frutos em toda a Cristandade. Este sábio conjunto de normas vigorou quase com exclusividade nos mosteiros de Ocidente durante oito séculos.
A santidade e o espírito valem mais que a Regra
Entretanto, mais que a Regra, foram a santidade e o espírito de seu Fundador que deram à Ordem Beneditina a estabilidade, a força de expansão e a eficácia da sua ação civilizadora. Inspirados pela busca da perfeição na obediência, no esplendor da liturgia, no primor do canto gregoriano e no amor à beleza posta a serviço de Deus, os filhos de São Bento exerceram um papel fundamental na cultura, nos costumes e nas instituições das nações que formaram a Cristandade medieval.
A Ordem de São Bento teve um extraordinário surto de desenvolvimento a partir do século X, com a fundação da Abadia de Cluny. No seu apogeu, 17 mil mosteiros estavam subordinados a ela. Nações inteiras foram convertidas à Fé cristã pelos discípulos do santo Patriarca. Muitas famosas universidades - Paris, Cambridge, Bolonha, Oviedo, Salamanca, Salzburgo - nasceram como desdobramentos de colégios beneditinos. Inúmeros mártires deram valorosamente a vida pronunciando o nome de seu Fundador. Plêiades de cardeais, bispos e santos doutores tinham-no por mestre. Mais de 30 papas seguiram sua inspirada Regra. Finalmente, há 1500 anos, incontáveis almas se consagram a Deus sob a égide de sua santa Instituição.
Pode-se, pois, com toda propriedade, comparar ao grão de mostarda da parábola do Divino Mestre a Obra do Pai do Monaquismo Ocidental: "É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos" (Mt 13,32).
Morreu de pé, como valente guerreiro
O santo Abade anunciou com meses de antecedência a data de sua morte. Seis dias antes, mandou preparar a sepultura. Logo foi atacado por violenta febre. Como a enfermidade se agravava cada vez mais, no dia anunciado fez-se conduzir ao oratório onde, fortalecido pela recepção da Santíssima Eucaristia e apoiado nos braços de seus discípulos, morreu de pé com as mãos levantadas aos Céus e os lábios pronunciando a última oração.
Era o dia 21 de março de 547. Foi enterrado no local onde havia outrora edificado o oratório de São João Batista, em Monte Cassino.
****
A última visita de Santa Escolástica
Escolástica, fundadora do ramo feminino da Ordem Beneditina, era irmã gêmea de São Bento e estava desde a infância consagrada a Deus. Todo ano ela lhe fazia uma visita para conversarem sobre os assuntos relativos à vida eterna. O santo Abade a recebia numa casa pertencente ao Mosteiro de Monte Cassino, situada não longe dali.
No ano da partida da Santa para o Céu (547), veio ela como de costume, e seu santo irmão foi encontrá-la na mencionada casa, acompanhado de alguns de seus discípulos. Passaram todo o dia em elevados colóquios, os quais se prolongaram até uma hora avançada da noite. Pressentindo que estava próximo o dia de sua morte, Escolástica disse a seu irmão:
- Suplico-te que não vás agora, para podermos conversar até amanhã sobre as alegrias da vida celestial.
- Que me dizes, irmã?! De modo algum posso passar a noite fora do mosteiro!
Ante essa resposta, a Santa apoiou nas mãos a cabeça e rezou durante alguns instantes. Até então, o céu estava plácido e límpido. Quando, porém, ela levantou a cabeça, desabou uma chuva torrencial, com relâmpagos e trovões tão violentos que o Abade e seus discípulos não podiam sequer pensar em sair da casa.
- Que Deus todo-poderoso te perdoe, irmã! O que fizeste?
- Supliquei a ti e não quiseste atender-me. Roguei ao meu Senhor e Ele ouviu-me. Agora sai, se podes, e regressa ao mosteiro...
São Bento compreendeu que deveria conceder por força aquilo que, por amor à Regra, ele não tinha querido dar voluntariamente. E assim passaram em vigília toda aquela noite, discorrendo sobre a vida espiritual.
* * *
Três dias depois, estando recolhido em sua cela, São Bento viu a alma de Santa Escolástica sair do corpo em forma de uma pomba e elevar-se ao Céu. Comunicou o fato aos monges e enviou alguns deles para buscar aquele santo cadáver, o qual foi depositado no sepulcro que ele havia preparado para si próprio.
"Assim, nem sequer a sepultura pôde separar os corpos daqueles cujas almas haviam permanecido sempre unidas no Senhor"- conclui São Gregório Magno na sua obra "Vida de São Bento".
A Medalha de São Bento
Explicação do anverso:
Nas antigas medalhas aparece, rodeando a figura do santo, este texto latino em frase inteira: Eius in obitu nostro presentia muniamur. "Que a hora de nossa morte, nos proteja tua presença". Nas medalhas atuais, frequentemente desaparece a frase que é substituída por esta: Crux Sancti Patris Benedicti, ou todavia, mais simplesmente, pela inscrição: Sanctus Benedictus.
Explicação do reverso:
* Em cada um dos quatro lados da cruz: C. S. P. B. Crux Sancti Patris Benedicti. Cruz do Santo Pai Bento
* Na vertical da cruz: C. S. S. M. L. Crux Sacra Sit Mihi Lux. Que a Santa Cruz seja minha luz
* Na horizontal da cruz: N. D. S. M. D. Non Draco Sit Mihi Dux. Que o demônio não seja o meu guia
* Começando pela parte superior, no sentido do relógio: V. R. S. Vade Retro Satana. Afasta-te Satanás - N. S. M. V. Non Suade Mihi Vana. Não me aconselhes coisas vãs - S. M. Q. L. Sunt Mala Quae Libas. É mau o que me ofereces - I. V. B. Ipse Venena Bibas. Bebe tu mesmo teu veneno
Na parte superior, em cima da cruz aparece a palavra PAX e nas mais antigas IESUS
Sem dúvida a medalha de São Bento é uma das mais veneradas pelos fiéis. A ela se atribuem poder e remédio, seja contra certas enfermidades do homem e animais, ou contra os males que podem afetar o espírito, como as tentações do poder do mal. É frequente também colocá-la nos cimentos de novos edifícios como garantia de segurança e bem-estar de seus moradores.
A origem desta medalha se fundamenta em uma verdade e experiência do cunho espiritual que aparece na vida de São Bento tal como a descreve o Papa São Gregório no Livro II dos Diálogos. O pai dos monges usou com frequência do sinal da cruz como sinal de salvação, de verdade, e purificação dos sentidos. São Bento quebrou o vaso que continha veneno com o sinal da cruz feito sobre ele. Quando os monges eram perturbados pelo maligno, o santo mandava que fizessem o sinal da cruz sobre seus corações. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever. Tudo isso não faz mais que convidar seus discípulos a considerar a santa cruz como sinal benfeitor que simboliza a paixão salvadora do Senhor, porque se venceu o poder do mal e da morte.
A medalha tal como hoje a conhecemos, remonta ao século XII ou XIV ou talvez a uma época anterior de sua história. No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, em um processo contra umas mulheres acusadas de bruxaria, elas reconheceram que nunca haviam podido influir malignamente contra o mosteiro beneditino de Metten porque estava protegido por uma cruz. Feitas, com curiosidade, investigações sobre essa cruz, descobriram que nas paredes do mosteiro estavam pintadas várias cruzes com algumas siglas misteriosas que não puderam ser decifradas. Continuando a investigação entre os códices da antiga biblioteca do mosteiro, foi encontrada a chave das misteriosas siglas em um livro do século XIV. Assim sendo, entre as figuras aparece uma de São Bento segurando com a mão direita uma cruz que continha parte do texto que se encontrava só em suas letras iniciais nas hastes das cruzes pintadas nas paredes do mosteiro de Metten, e na esquerda portava una bandeirola com a continuação do texto que completava todas as siglas até àquele momento misteriosas.
Muito mais tarde, já no século XX, foi encontrado outro desenho em um manuscrito do mosteiro de Wolfenbüttel representando um monge que se defende do mal, simbolizado numa mulher com uma cesta cheia de todas as seduções do mundo. O monge levanta contra ela uma cruz que contém a parte final do texto. É possível que a existência de tal crença religiosa não seja fruto do século XIV senão muito anterior.
O Papa Clemente XIV, em março de 1742, aprovou o uso da medalha que havia sido tachada anteriormente, por alguns, de superstição. Dom Gueranger, liturgista e fundador da Congregação Beneditina de Solesmes, disse que o costume de a imagem de São Bento aparecer com a santa Cruz, confirma a força que esse poder obteve em suas mãos. A devoção dos fiéis e as muitas graças obtidas por ela é a melhor mostra de seu autêntico valor cristão.
Regra de São Bento
Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho de um bom pai, para que voltes, pelo labor da obediência, Àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência. A ti, pois, se dirige agora a minha palavra, quem quer que sejas que, renunciando às próprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo Senhor, verdadeiro Rei.
Antes de tudo, quando empreenderes algo de bom, pede-Lhe com oração muito insistente que seja por Ele plenamente realizado, a fim de que nunca venha a entristecer-Se, por causa das nossas más ações, Aquele que já Se dignou contar-nos no número de seus filhos; assim, pois, devemos obedecer-Lhe em todo tempo, usando de seus dons a nós concedidos para que não só não venha jamais, como Pai irado, a deserdar seus filhos, nem tenha também, qual Senhor temível, irritado com nossas más ações, de entregar-nos à pena eterna como péssimos servos que não quiseram segui-Lo para a glória. (Prólogo da Regra de São Bento)
Fundamental para a unidade da Europa
Ao explicar as razões pelas quais escolheu o nome Bento, assim se expressou o Santo Padre, na primeira Audiência Geral do pontificado, em 27 de abrilde 2005:
O nome Bento recorda também a extraordinária figura do grande "Patriarca do Monaquismo Ocidental", São Bento de Núrsia, co-padroeiro da Europa juntamente com os santos Cirilo e Metódio e as mulheres santas, Brígida da Suécia, Catarina de Sena e Edith Stein. A expansão progressiva da Ordem Beneditina por ele fundada exerceu uma influência enorme na difusão do Cristianismo em todo o Continente. Por isso São Bento é muito venerado também na Alemanha e, em particular, na Baviera, a minha terra de origem; constitui um ponto de referência fundamental para a unidade da Europa e uma forte chamada às irrenunciáveis raízes cristãs da sua cultura e da sua civilização.
Deste Pai do Monaquismo Ocidental conhecemos a recomendação deixada aos monges na sua Regra: "Nada anteponham absolutamente a Cristo" (Regra 72, 11; cf. 4, 21). No início do meu serviço como Sucessor de Pedro peço a São Bento que nos ajude a manter firme a centralidade de Cristo na nossa existência. Que ele esteja sempre no primeiro lugar nos nossos pensamentos e em cada uma das nossas atividades!
Fontes:
Revista Arautos do Evangelho, Julho/2005, n.43, p. 23 à 25
Site:http://www.starnews2001.com.br/benedictus.html
domingo, 11 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
BODAS DE OURO DO PADRE LADISLAU JOSÉ DE SOUSA E SILVA
3 de Julho de 2010
Ladislau José de Sousa e Silva - 50 anos de Sacerdócio
dia 4 de Julho, a Junta de Freguesia de S.Pedro de Agostém, o Grupo Tradicional de Ventuzelos e a Comissão Fabriqueira vão homenageou no Santuário da Nossa Senhora da Saúde o Pároco Ladislau José de Sousa e Silva.Uma homenagem à qual o autor deste blog não poderia ficar indiferente, não só por ser o Pároco de S.Pedro de Agostém e do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, mas também pelos seus 50 anos de sacerdócio, pela sua dedicação às freguesias flavienses onde exerceu esse sacerdócio, como ainda pelo professor da Escola Secundária Fernão de Magalhães e da Escola Dr. Júlio Martins. Estas, seriam já razões de sobra para me associar a esta homenagem, mas pessoalmente, tenho muitas mais e bem valiosas razões. Como costumo dizer, o Padre Ladislau é o meu “Padre de Cerimónias”, pois em todas as cerimónias importantes em que estive envolvido, foi ele o Padre das celebrações, desde o meu casamento ao casamento de alguns familiares e casais amigos, desde o baptizado dos meus filhos aos baptizados dos meus afilhados e alguns sobrinhos, mas também em cerimónias de horas menos felizes de familiares meus. O Padre Ladislau já é como da família, mas acima de todas as razões atrás apontadas, ponho ao amizade e o amigo que o Padre Ladislau sempre foi desde que o conheço e, já lá vão longos anos.
Associo-me assim a esta homenagem deixando aqui um pouco da sua vida e algumas imagens que lhe são bem familiares por nas últimas dezenas de anos ter passado por esses locais em todo o tipo de celebrações religiosas.
Ladislau José de Sousa e Silva é filho de António Silva Júnior e de Elisa Teixeira de Sousa.
Do casal nasceram os seguintes irmãos: Maria Alice; Hélder, falecido recentemente; António e Angélica.
Ladislau nasceu a três de Julho de 1936, na freguesia de Oliveira, concelho de Mesão-Frio, distrito de Vila Real.
Aos 10 anos entra no Seminário Diocesano de Vila Real.
A 17 de Junho de 1959 termina o Curso de Humanidades, Filosofia e Teologia naquele Seminário.
A 3 de Outubro de 1959 é chamado para a Diocese de Beja.
A 12 de Outubro de 1959 é nomeado, por sua Excelência Reverendíssima, D. José do Patrocínio Dias, Bispo de Beja, chanceler da Câmara Eclesiástica.
A 17 de Outubro de 1959 é nomeado professor de Português e História no Colégio Católico, Dr. Ramalho.
A 8 de Maio de 1960, é ordenado sacerdote no Seminário Diocesano de Vila Real.
Após uma preparação e adaptação à Escola do Movimento dos Cursos de Cristandade, em Espanha, regressa em 1960 a Beja e, nesse ano, é nomeado pároco da paróquia de São Matias e Director dos Cursos de Cristandade daquela Diocese.
Em Outubro de 1960 é nomeado capelão das Carmelitas de Beja.
Acompanhou sempre, nas visitas pastorais e nas visitas de administração do Sacramento da Confirmação, o Bispo Auxiliar de Beja, D. António Cardoso Cunha.
Em 1962 regressa à sua Diocese de origem, Vila Real, onde foi nomeado Director dos Movimentos dos Cursos de Cristandade.
Em Julho de 1965 é nomeado pároco de São Pedro de Agostém, onde aqui permanece há 45 anos.
Em 1977 é também nomeado pároco de Vilela do Tâmega, onde permanece há 33 anos.
Após a saída do Reverendo Dr. Curral da freguesia de Santa Maria Maior, ficou responsável pelos Cursos de Cristandade na área do arciprestado do Alto Tâmega.
Fez, com a ajuda do seu povo, uma residência paroquial em 11 meses; duas igrejas (de Vila Nova e Bóbeda) outras duas mais pequenas; três capelas novas e restaurou todas as capelas das povoações de São Pedro de Agostém, à excepção da de Paradela de Veiga.
Depois de ter tirado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra as disciplinas de História Universal, História de Portugal, Linguística I, II e III, Literatura Moderna e Literatura Contemporânea, é nomeado professor de Português no então Liceu Fernão de Magalhães, de Chaves.
Aí lecciona aquela disciplina durante 17 anos.
Após esse período, é nomeado professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para a Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, onde aí permanece mais de 20 anos e até que se reforma da actividade docente.
Nos primórdios da sua actividade pastoral era frequente ver o Padre Ladislau a deslocar-se a pé a todas as aldeias da sua paróquia, onde abordava temas actuais para aquele tempo e para aquelas gentes.
O Padre Ladislau tem a consciência que muito mais podia fazer pelos povos que paroquiou e não dispensa o seu muito obrigado a todo o povo que o ajudou no seu múnus pastoral.
No início da sua actividade sacerdotal aprendeu com dois bispos, um deão e um arcediago a máxima de nunca passar pelas suas mãos um tostão que fosse do património das suas paróquias; por isso, procurou estar sempre rodeado de homens sérios e honestos, em concordância com o povo, que o auxiliassem nessa tarefa.
O Padre Ladislau foi e é um homem crente.
Colocou sempre a sua força e fé ao serviço de Deus, da família e do seu povo.
Teve e tem nos seus colegas padres a amizade, a estima, a consideração, o respeito e o afecto, sentimentos e atitudes imprescindíveis para se manter sempre firme na fé, ao serviço de Deus e do Seu Povo.
Ordenação Sacerdotal a 08/05/1960
Bodas de Ouro a 08/05/2010
04/07/2010, uma justa homenagem ao Padre Ladislau José de Sousa e Silva
Ladislau José de Sousa e Silva - 50 anos de Sacerdócio
dia 4 de Julho, a Junta de Freguesia de S.Pedro de Agostém, o Grupo Tradicional de Ventuzelos e a Comissão Fabriqueira vão homenageou no Santuário da Nossa Senhora da Saúde o Pároco Ladislau José de Sousa e Silva.Uma homenagem à qual o autor deste blog não poderia ficar indiferente, não só por ser o Pároco de S.Pedro de Agostém e do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, mas também pelos seus 50 anos de sacerdócio, pela sua dedicação às freguesias flavienses onde exerceu esse sacerdócio, como ainda pelo professor da Escola Secundária Fernão de Magalhães e da Escola Dr. Júlio Martins. Estas, seriam já razões de sobra para me associar a esta homenagem, mas pessoalmente, tenho muitas mais e bem valiosas razões. Como costumo dizer, o Padre Ladislau é o meu “Padre de Cerimónias”, pois em todas as cerimónias importantes em que estive envolvido, foi ele o Padre das celebrações, desde o meu casamento ao casamento de alguns familiares e casais amigos, desde o baptizado dos meus filhos aos baptizados dos meus afilhados e alguns sobrinhos, mas também em cerimónias de horas menos felizes de familiares meus. O Padre Ladislau já é como da família, mas acima de todas as razões atrás apontadas, ponho ao amizade e o amigo que o Padre Ladislau sempre foi desde que o conheço e, já lá vão longos anos.
Associo-me assim a esta homenagem deixando aqui um pouco da sua vida e algumas imagens que lhe são bem familiares por nas últimas dezenas de anos ter passado por esses locais em todo o tipo de celebrações religiosas.
Ladislau José de Sousa e Silva é filho de António Silva Júnior e de Elisa Teixeira de Sousa.
Do casal nasceram os seguintes irmãos: Maria Alice; Hélder, falecido recentemente; António e Angélica.
Ladislau nasceu a três de Julho de 1936, na freguesia de Oliveira, concelho de Mesão-Frio, distrito de Vila Real.
Aos 10 anos entra no Seminário Diocesano de Vila Real.
A 17 de Junho de 1959 termina o Curso de Humanidades, Filosofia e Teologia naquele Seminário.
A 3 de Outubro de 1959 é chamado para a Diocese de Beja.
A 12 de Outubro de 1959 é nomeado, por sua Excelência Reverendíssima, D. José do Patrocínio Dias, Bispo de Beja, chanceler da Câmara Eclesiástica.
A 17 de Outubro de 1959 é nomeado professor de Português e História no Colégio Católico, Dr. Ramalho.
A 8 de Maio de 1960, é ordenado sacerdote no Seminário Diocesano de Vila Real.
Após uma preparação e adaptação à Escola do Movimento dos Cursos de Cristandade, em Espanha, regressa em 1960 a Beja e, nesse ano, é nomeado pároco da paróquia de São Matias e Director dos Cursos de Cristandade daquela Diocese.
Em Outubro de 1960 é nomeado capelão das Carmelitas de Beja.
Acompanhou sempre, nas visitas pastorais e nas visitas de administração do Sacramento da Confirmação, o Bispo Auxiliar de Beja, D. António Cardoso Cunha.
Em 1962 regressa à sua Diocese de origem, Vila Real, onde foi nomeado Director dos Movimentos dos Cursos de Cristandade.
Em Julho de 1965 é nomeado pároco de São Pedro de Agostém, onde aqui permanece há 45 anos.
Em 1977 é também nomeado pároco de Vilela do Tâmega, onde permanece há 33 anos.
Após a saída do Reverendo Dr. Curral da freguesia de Santa Maria Maior, ficou responsável pelos Cursos de Cristandade na área do arciprestado do Alto Tâmega.
Fez, com a ajuda do seu povo, uma residência paroquial em 11 meses; duas igrejas (de Vila Nova e Bóbeda) outras duas mais pequenas; três capelas novas e restaurou todas as capelas das povoações de São Pedro de Agostém, à excepção da de Paradela de Veiga.
Depois de ter tirado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra as disciplinas de História Universal, História de Portugal, Linguística I, II e III, Literatura Moderna e Literatura Contemporânea, é nomeado professor de Português no então Liceu Fernão de Magalhães, de Chaves.
Aí lecciona aquela disciplina durante 17 anos.
Após esse período, é nomeado professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para a Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, onde aí permanece mais de 20 anos e até que se reforma da actividade docente.
Nos primórdios da sua actividade pastoral era frequente ver o Padre Ladislau a deslocar-se a pé a todas as aldeias da sua paróquia, onde abordava temas actuais para aquele tempo e para aquelas gentes.
O Padre Ladislau tem a consciência que muito mais podia fazer pelos povos que paroquiou e não dispensa o seu muito obrigado a todo o povo que o ajudou no seu múnus pastoral.
No início da sua actividade sacerdotal aprendeu com dois bispos, um deão e um arcediago a máxima de nunca passar pelas suas mãos um tostão que fosse do património das suas paróquias; por isso, procurou estar sempre rodeado de homens sérios e honestos, em concordância com o povo, que o auxiliassem nessa tarefa.
O Padre Ladislau foi e é um homem crente.
Colocou sempre a sua força e fé ao serviço de Deus, da família e do seu povo.
Teve e tem nos seus colegas padres a amizade, a estima, a consideração, o respeito e o afecto, sentimentos e atitudes imprescindíveis para se manter sempre firme na fé, ao serviço de Deus e do Seu Povo.
Ordenação Sacerdotal a 08/05/1960
Bodas de Ouro a 08/05/2010
04/07/2010, uma justa homenagem ao Padre Ladislau José de Sousa e Silva
quinta-feira, 8 de julho de 2010
INTENÇÕES DO SANTO PADRE PARA O MÊS DE JULHO

Intenções de Oração:
Nas intenções de oração para o mês de Julho, o Papa Bento XVI reza por uma justa eleição dos governantes e pela promoção da solidariedade e paz.
Intenção Geral:
O Santo Padre reza "para que, em todas as nações do mundo, as eleições dos governantes se realizem segundo a justiça, transparência e honestidade, respeitando as livres decisões dos cidadãos".
Intenção Missionária:
O Papa Bento XVI pede "que os cristãos se empenhem em oferecer em todo lugar, sobretudo nos grandes centros urbanos, uma válida contribuição à promoção da cultura, da justiça, da solidariedade e da paz".
Todos os meses o Papa confia suas intenções ao apostolado da oração. Esta iniciativa é seguida por milhões de pessoas em todo mundo
Nas intenções de oração para o mês de Julho, o Papa Bento XVI reza por uma justa eleição dos governantes e pela promoção da solidariedade e paz.
Intenção Geral:
O Santo Padre reza "para que, em todas as nações do mundo, as eleições dos governantes se realizem segundo a justiça, transparência e honestidade, respeitando as livres decisões dos cidadãos".
Intenção Missionária:
O Papa Bento XVI pede "que os cristãos se empenhem em oferecer em todo lugar, sobretudo nos grandes centros urbanos, uma válida contribuição à promoção da cultura, da justiça, da solidariedade e da paz".
Todos os meses o Papa confia suas intenções ao apostolado da oração. Esta iniciativa é seguida por milhões de pessoas em todo mundo
quarta-feira, 7 de julho de 2010
BEATO SANTO PADRE BENTO XI
Papa Bento XI
Origem: Wikipédia,
Beato Bento XI, O.P.
195.º Papa
Nome de nascimento: Nicola Boccasini
Nascimento Treviso, Itália,
1240
Eleição 22 de Outubro de 1303
Fim do
pontificado: 7 de Julho de 1304
Predecessor: Bonifácio VIII
Sucessor: Clemente V
Bento XI OP, nascido Nicola ou Niccolò Boccasini (Treviso, 1240 — Perúsia, 7 de Julho de 1304) foi Papa de 27 de Outubro de 1303 atá a data de sua morte.
Vida religiosa
Com 14 anos de idade entrou na Ordem dos Pregadores em 1256 em Treviso, seguindo para Veneza e terminando os seus estudos em Milão.
Foi eleito Provincial da Lombardia (1286-1289), cargo da qual dependia a Inquisição no norte de Itália. Como a cidade de Parma se havia sublevado contra o rigor de algum frade dominicano anterior, a Ordem tinha abandonado o convento local. Os bons esforços e capacidade diplomática de Fr. Nicolau Boccasini permitiram pacificar toda a região, regressando os frades a Parma em 1287.
Foi uma segunda vez provincial (1293-1296), até ter sido eleito (1296) Mestre Geral da sua Ordem, no Capítulo Geral de Estrasburgo. Em contraste com a dureza do seu antecessor Munio de Zamora, o seu carácter conciliador levou-o a permitir que as igrejas da Ordem fossem ricamente ornamentadas, relaxando as regras originárias de rigorosa pobreza e simplicidade. Estando a Ordem dos Pregadores sob ataque dos Fraticelli, preparou a defesa, com a nomeação de uma comissão encarregada de dar resposta a todas as críticas que eram apontadas aos dominicanos, quer no domínio religioso e político. Tornou-se um colaborador próximo do Papa Bonifácio VIII, a quem sempre apoiou. Nomeado Cardeal de Santa Sabina, em 1298, foi igualmente investido do arcebispado de Ostia e e Velletri. Ainda que já cardeal, tenta que o seu sucessor na Ordem dos Pregadores seja Alberto de Chiavari. Solucionou a grave questão com o reino de França que enviou embaixadores a Roma para fazer as pazes com o Papa. Foi enviado em missão diplomática à Hungria. Retornado a Roma, assiste à revolta da família Colona, apoiada pelo rei de França contra o Papa, que foi preso e espancado e que vem a falecer em 11 de Outubro de 1303.
Papa
Niccola Boccasini foi eleito Papa, tomando o nome de Bento XI e desde logo procurou fazer a paz: retira a excomunhão à família Colona (o que incluía 2 cardeais), mas a oferta é recusada, originando vários tumultos populares, o que leva o Papa a abandonar Roma e a refugiar-se em Perugia. A sua actividade diplomática foi intensa, tendo aceite a vassalagem da Sérvia, e alcançou-se, por sua intermediação, a paz entre a Dinamarca e Alemanha. Obteve um acordo com Aragão regulando a posse da Córsega, Sicília e Sardenha, bem como alcança a paz entre Pádua e Veneza. Pelo contrário, apesar de ter enviado o Cardeal Nicolas Albertini de Prato a Florência, não conseguiu a pacificação entre as correntes laicas de «brancos» e «negros», e que envolvia directamente a Ordem dos Pregadores e os Franciscanos.
Adoeceu repentinamente a 29 de Junho de 1304 e faleceu 9 dias depois, a 7 de Julho. Devido ao clima político da época e à rapidez da sua morte, alegou-se desde cedo a hipótese de ter sido envenenado. O Papa Clemente XII declarou-o beato em 1736. Festa litúrgica a 7 de Julho.
Origem: Wikipédia,
Beato Bento XI, O.P.
195.º Papa
Nome de nascimento: Nicola Boccasini
Nascimento Treviso, Itália,
1240
Eleição 22 de Outubro de 1303
Fim do
pontificado: 7 de Julho de 1304
Predecessor: Bonifácio VIII
Sucessor: Clemente V
Bento XI OP, nascido Nicola ou Niccolò Boccasini (Treviso, 1240 — Perúsia, 7 de Julho de 1304) foi Papa de 27 de Outubro de 1303 atá a data de sua morte.
Vida religiosa
Com 14 anos de idade entrou na Ordem dos Pregadores em 1256 em Treviso, seguindo para Veneza e terminando os seus estudos em Milão.
Foi eleito Provincial da Lombardia (1286-1289), cargo da qual dependia a Inquisição no norte de Itália. Como a cidade de Parma se havia sublevado contra o rigor de algum frade dominicano anterior, a Ordem tinha abandonado o convento local. Os bons esforços e capacidade diplomática de Fr. Nicolau Boccasini permitiram pacificar toda a região, regressando os frades a Parma em 1287.
Foi uma segunda vez provincial (1293-1296), até ter sido eleito (1296) Mestre Geral da sua Ordem, no Capítulo Geral de Estrasburgo. Em contraste com a dureza do seu antecessor Munio de Zamora, o seu carácter conciliador levou-o a permitir que as igrejas da Ordem fossem ricamente ornamentadas, relaxando as regras originárias de rigorosa pobreza e simplicidade. Estando a Ordem dos Pregadores sob ataque dos Fraticelli, preparou a defesa, com a nomeação de uma comissão encarregada de dar resposta a todas as críticas que eram apontadas aos dominicanos, quer no domínio religioso e político. Tornou-se um colaborador próximo do Papa Bonifácio VIII, a quem sempre apoiou. Nomeado Cardeal de Santa Sabina, em 1298, foi igualmente investido do arcebispado de Ostia e e Velletri. Ainda que já cardeal, tenta que o seu sucessor na Ordem dos Pregadores seja Alberto de Chiavari. Solucionou a grave questão com o reino de França que enviou embaixadores a Roma para fazer as pazes com o Papa. Foi enviado em missão diplomática à Hungria. Retornado a Roma, assiste à revolta da família Colona, apoiada pelo rei de França contra o Papa, que foi preso e espancado e que vem a falecer em 11 de Outubro de 1303.
Papa
Niccola Boccasini foi eleito Papa, tomando o nome de Bento XI e desde logo procurou fazer a paz: retira a excomunhão à família Colona (o que incluía 2 cardeais), mas a oferta é recusada, originando vários tumultos populares, o que leva o Papa a abandonar Roma e a refugiar-se em Perugia. A sua actividade diplomática foi intensa, tendo aceite a vassalagem da Sérvia, e alcançou-se, por sua intermediação, a paz entre a Dinamarca e Alemanha. Obteve um acordo com Aragão regulando a posse da Córsega, Sicília e Sardenha, bem como alcança a paz entre Pádua e Veneza. Pelo contrário, apesar de ter enviado o Cardeal Nicolas Albertini de Prato a Florência, não conseguiu a pacificação entre as correntes laicas de «brancos» e «negros», e que envolvia directamente a Ordem dos Pregadores e os Franciscanos.
Adoeceu repentinamente a 29 de Junho de 1304 e faleceu 9 dias depois, a 7 de Julho. Devido ao clima político da época e à rapidez da sua morte, alegou-se desde cedo a hipótese de ter sido envenenado. O Papa Clemente XII declarou-o beato em 1736. Festa litúrgica a 7 de Julho.
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE
Secretariado Nacional de Liturgia
«Vós tendes palavras de vida eterna»
Celebração da Missa
Data: 07-07-2010 Dia: Quarta
Semana: Tempo Comum XIV Tempo: T. Comum
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita,
que, pela humilhação do vosso Filho,
levantastes o mundo decaído,
dai aos vossos fiéis uma santa alegria,
para que, livres da escravidão do pecado,
possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Os 10, 1-3.7-8.12
«Já é tempo de procurar o Senhor»
A leitura de ontem apresentava, numa visão antecipada, a catástrofe que iria cair sobre o povo, que, embriagado com a prosperidade material de que gozava, esquecia o Senhor. Esta passagem de hoje é, de novo, um aviso e um convite à conversão, porque o Senhor acolherá quem O procurar. Se a sementeira de vento, de que ontem se falava, só poderia produzir tempestades, a sementeira “segundo a justiça” dará frutos “segundo o amor”.
Leitura da Profecia de Oseias
Israel era uma vinha exuberante, que produzia os seus frutos. Quanto mais abundantes eram os frutos, mais aumentavam os altares. Quanto mais rica se tornava a sua terra, mais belos eram os monumentos pagãos. O coração de Israel está dividido, mas agora eles têm de pagar: o próprio Senhor derrubará os seus altares, destruirá os seus monumentos pagãos. Então eles vão dizer: «Não temos rei, porque não tememos o Senhor; e ainda que o tivéssemos, que poderia o rei fazer por nós?». Samaria desaparece com o seu rei, como uma palha à tona da água. Serão destruídos os lugares altos da idolatria, que eram o pecado de Israel; espinheiros e cardos crescerão sobre os seus altares. E gritarão às montanhas: «Cobri-nos!» e às colinas: «Caí sobre nós!». – Semeai segundo a justiça e colhereis o fruto da misericórdia; arroteai novas terras, porque já é tempo de procurar o Senhor, até que Ele venha derramar sobre vós a chuva da justiça –.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 2-3.4-5.6-7 (R. cf. 4b)
Refrão: Procurai sempre a face do Senhor. Repete-se
Cantai salmos e hinos ao Senhor,
proclamai todas as suas maravilhas.
Gloriai-vos no seu santo nome,
exulte o coração dos que procuram o Senhor. Refrão
Considerai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
Recordai as maravilhas que Ele operou,
os prodígios e os oráculos da sua boca. Refrão
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
Ele é o Senhor, o nosso Deus,
e as suas sentenças são lei em toda a terra. Refrão
ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia. Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 1-7
«Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel»
Aparece, pela primeira vez, a lista dos que são aqui chamados os “doze Apóstolos”. Noutros lugares chamam-se apenas os «Doze». Este número corresponde no Novo Testamento aos doze patriarcas das doze tribos de Israel do Antigo Testamento. O povo de Deus na Igreja é o ponto de chegada do povo eleito que vinha já do Antigo Testamento. Os Doze são “enviados”; é o que significa o nome de “apóstolos”, e levam em si a própria missão de Jesus, que é também, o Enviado do Pai.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus».
Palavra da salvação
«Vós tendes palavras de vida eterna»
Celebração da Missa
Data: 07-07-2010 Dia: Quarta
Semana: Tempo Comum XIV Tempo: T. Comum
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita,
que, pela humilhação do vosso Filho,
levantastes o mundo decaído,
dai aos vossos fiéis uma santa alegria,
para que, livres da escravidão do pecado,
possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Os 10, 1-3.7-8.12
«Já é tempo de procurar o Senhor»
A leitura de ontem apresentava, numa visão antecipada, a catástrofe que iria cair sobre o povo, que, embriagado com a prosperidade material de que gozava, esquecia o Senhor. Esta passagem de hoje é, de novo, um aviso e um convite à conversão, porque o Senhor acolherá quem O procurar. Se a sementeira de vento, de que ontem se falava, só poderia produzir tempestades, a sementeira “segundo a justiça” dará frutos “segundo o amor”.
Leitura da Profecia de Oseias
Israel era uma vinha exuberante, que produzia os seus frutos. Quanto mais abundantes eram os frutos, mais aumentavam os altares. Quanto mais rica se tornava a sua terra, mais belos eram os monumentos pagãos. O coração de Israel está dividido, mas agora eles têm de pagar: o próprio Senhor derrubará os seus altares, destruirá os seus monumentos pagãos. Então eles vão dizer: «Não temos rei, porque não tememos o Senhor; e ainda que o tivéssemos, que poderia o rei fazer por nós?». Samaria desaparece com o seu rei, como uma palha à tona da água. Serão destruídos os lugares altos da idolatria, que eram o pecado de Israel; espinheiros e cardos crescerão sobre os seus altares. E gritarão às montanhas: «Cobri-nos!» e às colinas: «Caí sobre nós!». – Semeai segundo a justiça e colhereis o fruto da misericórdia; arroteai novas terras, porque já é tempo de procurar o Senhor, até que Ele venha derramar sobre vós a chuva da justiça –.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 2-3.4-5.6-7 (R. cf. 4b)
Refrão: Procurai sempre a face do Senhor. Repete-se
Cantai salmos e hinos ao Senhor,
proclamai todas as suas maravilhas.
Gloriai-vos no seu santo nome,
exulte o coração dos que procuram o Senhor. Refrão
Considerai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
Recordai as maravilhas que Ele operou,
os prodígios e os oráculos da sua boca. Refrão
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
Ele é o Senhor, o nosso Deus,
e as suas sentenças são lei em toda a terra. Refrão
ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia. Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 1-7
«Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel»
Aparece, pela primeira vez, a lista dos que são aqui chamados os “doze Apóstolos”. Noutros lugares chamam-se apenas os «Doze». Este número corresponde no Novo Testamento aos doze patriarcas das doze tribos de Israel do Antigo Testamento. O povo de Deus na Igreja é o ponto de chegada do povo eleito que vinha já do Antigo Testamento. Os Doze são “enviados”; é o que significa o nome de “apóstolos”, e levam em si a própria missão de Jesus, que é também, o Enviado do Pai.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus».
Palavra da salvação
terça-feira, 6 de julho de 2010
SANTA MARIA GORETTI
TESTEMUNHO DE VIDA
Santa Maria Goretti
Maria nasceu em 16 de outubro de 1890, em Corinaldo, província de Ancona, Itália. Filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini, terceira de sete filhos de uma família pobre de bens terrenos mas rica em fé e virtudes, cultivadas por meio da oração em comum, terço todos os dias e aos domingos Missa e sagrada Comunhão. No dia seguinte a seu nascimento, foi batizada e consagrada à Virgem. Aos seis anos recebeu o sacramento da Confirmação.
Depois do nascimento de seu quarto filho, Luigi Goretti, pela dura crise econômica que enfrentava, decidiu emigrar com sua família às grandes planícies dos campos romanos, ainda insalubres naquela época.
Instalou-se em Ferriere di Conca, colocando-se a serviço do conde Mazzoleni, neste lugar Maria mostra claramente uma inteligência e uma maturidade precoce, onde não existia nenhum pingo de capricho, nem de desobediência, nem de mentira. É realmente o anjo da família.
Após um ano de trabalho esgotante, Luigi contraiu uma doença fulminante, a malária, que o levou à morte depois de padecer por dez dias. Como conseqüência da morte de Luigi, Assunta teve que trabalhar deixando a casa a cargo dos irmãos mais velhos. Maria freqüentemente chorava a morte de seu pai, e aproveita qualquer ocasião para ajoelhar-se diante de sua tumba, para elevar a Deus suas preces para que seu pai goze da glória divina.
Junto com a tarefa de cuidar de seus irmãos menores, Maria seguia rezando e assistindo a seu curso de catecismo. Posteriormente, sua mãe contará que o terço lhe era necessário e, de fato, o levava sempre enrolado em volta do pulso. Assim como a contemplação do crucifixo, que foi para Maria uma fonte onde se nutria de um intenso amor de Deus e de um profundo horror pelo pecado.
Amor intenso ao Senhor
Maria desde muito pequena ansiava receber a Sagrada Eucaristia. Segundo era costume na época, deveria esperar até os onze anos, mas um dia perguntou a sua mãe: -Mamãe, quando tomarei a Comunhão?. Quero Jesus. –Como vai tomá-la, se não sabes o catecismo? Além disso, não sabes ler, não temos dinheiro para comprar o vestido, os sapatos e o véu, e não temos nem um momento livre. –Pois assim nunca tomarei a Comunhão, mamãe! E eu não posso estar sem Jesus! -E, o que queres que eu faça? Não posso deixar que comungues como uma pequena ignorante.
Diante destas condições, Maria começou a se preparar com ajuda de uma pessoa do lugar, e todo o povo a ajudar dando-lhe a roupa da comunhão. Desta maneira, recebeu a Eucaristia em 29 de maio de 1902.
A comunhão constante acrescenta nela o amor pela pureza e a anima a tomar a resolução de conservar essa angélica virtude a todo custo. Um dia, após ter escutado um intercâmbio de frases desonestas entre um rapaz e uma de suas companheiras, diz com indignação à sua mãe -Mamãe, que mal havia essa menina! -Procura não tomar parte nunca nestas conversações – Não quero nem pensar, mamãe; antes que fazê-lo, preferiria...E a palavra morrer fica entre seus lábios. Um mês depois, ocorre o que ela sentenciou.
Pureza eterna
Ao entrar a serviço do conde Mazzoleni, Luigi Goretti havia se associado com Giovanni Serenelli e seu filho Alessandro. As duas famílias vivem em quartos separados, mas a cozinha é comum. Luigi se arrependeu em seguida daquela união com Giovanni Serenelli, pessoa muito diferente dos seus, bebedor e carente de discrição em suas palavras.
Depois da morte de Luigi, Assunta e seus filhos haviam caído sob o jugo despótico dos Serenelli, Maria, que compreendeu a situação, esforça-se para apoiar sua mãe:
-Ânimo, mamãe, não tenhas medo, que já estamos crescendo. Basta com que o Senhor nos conceda saúde. A Providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!
Desde a morte de seu marido, Assunta sempre esteve no campo e nem sequer tem tempo de ocupar-se da casa, nem da instrução religiosa dos mais pequenos.
Maria se encarrega de tudo, na medida do possível. Durante as refeições, não se senta à mesa até que todos estejam servidos, e para ela serve as sobras. Sua obsequiosidade se estende igualmente aos Serenelli. Por sua vez, Giovanni, cuja esposa havia falecido no hospital psiquiátrico de Ancona, não se preocupa em nada com seu filho Alessandro, jovem robusto de dezenove anos, grosseiro e vicioso, que gostava de cobrir seu quarto com imagens obscenas e ler livros indecentes. Em seu leito de morte, Luigi Goretti havia pressentido o perigo que a companhia dos Serenelli representava para seus filhos, e havia repetido sem cessar à sua esposa:
-Assunta, volte para Corinaldo! Infelizmente Assunta está endividada e comprometida por um contrato de arrendamento.
Depois de ter maior contato com a família Goretti, Alessandro começou a fazer proposições desonestas à inocente Maria, que em um princípio não compreende.
Mais tarde, ao adivinhar as intenções perversas do rapaz, a jovem está sobre aviso e rejeita a adulação e as ameaças. Suplica à sua mãe que não deixe sozinha na casa, mas não se atreve a explicar-lhe claramente as causas de seu pânico, pois Alessandro a havia ameaçado –Se contar algo a tua mãe, te mato. Seu único recurso é a oração. Na véspera de sua morte, Maria pede novamente chorando à sua mãe que não a deixe sozinha, mas, ao não receber mais explicações, esta o considera um capricho e não dá nenhuma importância àquela reiterada súplica.
No dia 5 de julho, a uns quarenta metros da casa, estão debulhando as favas na terra. Alessandro leva um carro puxado por bois. O faz girar uma e outra vez sobre as favas estendidas no chão. Às três da tarde, no momento em que Maria se encontra sozinha em casa, Alessandro diz:
-"Assunta, quer fazer o favor de levar um momento os bois para mim?" Sem suspeitar nada, a mulher o faz, Maria, sentada na soleira da cozinha, remenda uma camisa que Alessandro lhe entregou depois de comer, enquanto vigia sua irmãzinha Teresinha, que dorme a seu lado.
-"Maria!, grita Alessandro. -Quer queres? -Quero que me sigas. -Para quê? –segue-me!
-Se não me dizes o que queres, não te sigo".
Perante a resistência, o rapaz a agarra violentamente pelo braço e a arrasta até a cozinha, trancando a porta. A menina grita, o ruído não chega ao lado de fora. Ao não conseguir que a vítima se submeta, Alessandro a amordaça e esgrime um punhal. Maria põe-se a tremer, mas não sucumbe. Furioso, o jovem tenta com violência arrancar-lhe a roupa, mas Maria se desata da mordaça e grita:
-Não faças isso, que é pecado... Irás para o inferno.
Pouco cuidadoso com o juízo de Deus, o desgraçado levanta a arma:
-Se não deixar, te mato.
Frente àquela resistência, a atravessa com facadas. A menina se põe a gritar:
-Meu Deus! Mamãe!, e cai no chão.
Pensando que estava morta, o assassino atira a faca e abre a porta para fugir, mas ao escutá-la gemer de novo, volta sobre seus passos, pega a arma e a atravessa outra vez de parte a parte; depois, sobe e se tranca em seu quarto.
Maria recebeu catorze feridas graves e ficou inconsciente. Ao recobrar a consciência, chama o senhor Serenelli: Giovanni! Alessandro me matou... Venha. Quase ao mesmo tempo, despertada pelo ruído, Teresinha lança um grito estridente, que sua mãe escuta. Assustada, diz a seu filho Mariano: -Corre a buscar a Maria; diga-lhe que Teresinha a chama.
Naquele momento, Giovanni Serenelli sobe as escadas e, ao ver o horrível espetáculo que se apresenta diante seus olhos, exclama: -Assunta, e tu também, Mário, vem!. Mario Cimarelli, um trabalhador da granja, sobe as escadas à toda pressa. A mãe chega também: -Mamãe!, geme Maria. -É Alessandro, que queria me fazer mal! Chamam o médico e os guardas, que chegam a tempo para impedir que os vizinhos, muito exaltados, matassem Alessandro no ato.
Sofrimento redentor
Ao chegar ao hospital, os médicos se surpreenderam de que a menina ainda não havia sucumbido a seus ferimentos, pois alcançou o pericárdio, o coração, o pulmão esquerdo, o diafragma e o intestino. Ao diagnosticar que não tem cura, chamaram o capelão. Maria se confessa com toda clareza. Em seguida, durante duas horas, os médicos cuidaram dela sem adormecê-la.
Maria não se lamenta, e não deixa de rezar e de oferecer seus sofrimentos à santíssima Virgem, Mãe das Dores. Sua mãe conseguiu que lhe permitam permanecer à cabeceira da cama. Maria ainda tem forças para consolá-la : -Mamãe, querida mamãe, agora estou bem... Como estão meus irmãos e irmãs?
Em um momento, Maria diz à sua mãe: -Mamãe, dê-me uma gota de água. –Minha pobre Maria, o médico não quer, porque seria pior para ti. Estranhada, Maria continua dizendo:
-Como é possível que não possa beber nem uma gota de água? Em seguida, dirige o olhar sobre Jesus crucificado, que também havia dito Tenho sede!, e entendeu.
O sacerdote também está a seu lado, assistindo-a paternalmente. No momento de lhe dar a Sagrada Comunhão, perguntou-lhe: -Maria, perdoa de todo coração teu assassino? Ela respondeu: -Sim, perdôo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao paraíso. Quero que esteja a meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei.
Passando por momentos análogos pelos quais passou o Senhor Jesus na Cruz, Maria recebeu a Eucaristia e a Extrema unção, serena, tranqüila, humilde no heroísmo de sua vitória.
Depois de breves momentos, escutam-na dizer: "Papai". Finalmente, Maria entra na glória da Comunhão com Deus amor. É o dia 6 de julho de 1902, às três horas da tardes.
A conversão de Alessandro
No julgamento, Alessandro, aconselhado por seu advogado, confessou: -"Gostava dela. A provoquei duas vezes ao mal, mas não pude conseguir nada. Despeitado, preparei o punhal que devia utilizar". Por isso, foi condenado a 30 anos de trabalhos forçados. Aparentava não sentir nenhum arrependimento do crime tanto assim que às vezes o escutavam gritar:
-"Aníma-te, Serenelli, dentro de vinte e nove anos e seis meses serás um burguês!". Entretanto, alguns anos mais tarde, Dom Blandini, Bispo da diocese onde está a prisão, decide visitar o assassino para encaminhá-lo ao arrependimento. -"Está perdendo o tempo, monsenhor -afirma o carcereiro-, ele é um duro!"
Alessandro recebeu o bispo resmungando, mas perante a lembrança de Maria, de seu heróico perdão, da bondade e da misericórdia infinita de Deus, deixa-se alcançar pela graça. Depois do Prelado sair, chora na solidão da cela, perante a estupefação dos carcereiro.
Depois de ter um sonho onde Maria lhe apareceu, vestida de branco nos jardins do paraíso, Alessandro, muito questionado, escreveu a Dom Blandino: "Lamento pelo crime que cometi porque sou consciente de ter tirado a vida de uma pobre menina inocente que, até o último momento, quis salvar sua honra, sacrificando-se antes de ceder a minha criminal vontade. Peço perdão a Deus publicamente, e à pobre família, pelo enorme crime que cometi. Confio obter também eu o perdão, como tantos outros na terra". Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena. Depois, ocupará o posto de hortelão em um convento de capuchinhos, mostrando uma conduta exemplar, e será admitido na ordem terceira de São Francisco.
Graças à sua boa disposição, Alessandro foi chamado com testemunha no processo de beatificação de Maria. Foi algo muito delicado e penoso para ele, mas confessou: "Devo reparação, e devo fazer tudo o que esteja a meu alcance para sua glorificação. Toda a culpa é minha. Deixei-me levar pela brutal paixão. Ela é uma santa, uma verdadeira mártir. É uma das primeiras no paraíso, depois do que teve que sofrer por minha causa".
No Natal de 1937, Alessandro dirigiu-se a Corinaldo, lugar onde Assunta Goretti havia se retirado com seus filhos. E vai simplesmente para fazer reparação e pedir perdão à mãe de sua vítima. Nada mais chegar diante dela, pergunta-lhe chorando. -"Assunta, pode me perdoar? -Se Maria te perdoou -balbucia-, como eu não vou te perdoar?" No mesmo dia de Natal, os habitantes de Corinaldo ficam surpresos e emocionados ao ver aproximar-se à mesa da Eucaristia, um ao lado do outro, Alessandro e Assunta.
Santa Maria Goretti
Maria nasceu em 16 de outubro de 1890, em Corinaldo, província de Ancona, Itália. Filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini, terceira de sete filhos de uma família pobre de bens terrenos mas rica em fé e virtudes, cultivadas por meio da oração em comum, terço todos os dias e aos domingos Missa e sagrada Comunhão. No dia seguinte a seu nascimento, foi batizada e consagrada à Virgem. Aos seis anos recebeu o sacramento da Confirmação.
Depois do nascimento de seu quarto filho, Luigi Goretti, pela dura crise econômica que enfrentava, decidiu emigrar com sua família às grandes planícies dos campos romanos, ainda insalubres naquela época.
Instalou-se em Ferriere di Conca, colocando-se a serviço do conde Mazzoleni, neste lugar Maria mostra claramente uma inteligência e uma maturidade precoce, onde não existia nenhum pingo de capricho, nem de desobediência, nem de mentira. É realmente o anjo da família.
Após um ano de trabalho esgotante, Luigi contraiu uma doença fulminante, a malária, que o levou à morte depois de padecer por dez dias. Como conseqüência da morte de Luigi, Assunta teve que trabalhar deixando a casa a cargo dos irmãos mais velhos. Maria freqüentemente chorava a morte de seu pai, e aproveita qualquer ocasião para ajoelhar-se diante de sua tumba, para elevar a Deus suas preces para que seu pai goze da glória divina.
Junto com a tarefa de cuidar de seus irmãos menores, Maria seguia rezando e assistindo a seu curso de catecismo. Posteriormente, sua mãe contará que o terço lhe era necessário e, de fato, o levava sempre enrolado em volta do pulso. Assim como a contemplação do crucifixo, que foi para Maria uma fonte onde se nutria de um intenso amor de Deus e de um profundo horror pelo pecado.
Amor intenso ao Senhor
Maria desde muito pequena ansiava receber a Sagrada Eucaristia. Segundo era costume na época, deveria esperar até os onze anos, mas um dia perguntou a sua mãe: -Mamãe, quando tomarei a Comunhão?. Quero Jesus. –Como vai tomá-la, se não sabes o catecismo? Além disso, não sabes ler, não temos dinheiro para comprar o vestido, os sapatos e o véu, e não temos nem um momento livre. –Pois assim nunca tomarei a Comunhão, mamãe! E eu não posso estar sem Jesus! -E, o que queres que eu faça? Não posso deixar que comungues como uma pequena ignorante.
Diante destas condições, Maria começou a se preparar com ajuda de uma pessoa do lugar, e todo o povo a ajudar dando-lhe a roupa da comunhão. Desta maneira, recebeu a Eucaristia em 29 de maio de 1902.
A comunhão constante acrescenta nela o amor pela pureza e a anima a tomar a resolução de conservar essa angélica virtude a todo custo. Um dia, após ter escutado um intercâmbio de frases desonestas entre um rapaz e uma de suas companheiras, diz com indignação à sua mãe -Mamãe, que mal havia essa menina! -Procura não tomar parte nunca nestas conversações – Não quero nem pensar, mamãe; antes que fazê-lo, preferiria...E a palavra morrer fica entre seus lábios. Um mês depois, ocorre o que ela sentenciou.
Pureza eterna
Ao entrar a serviço do conde Mazzoleni, Luigi Goretti havia se associado com Giovanni Serenelli e seu filho Alessandro. As duas famílias vivem em quartos separados, mas a cozinha é comum. Luigi se arrependeu em seguida daquela união com Giovanni Serenelli, pessoa muito diferente dos seus, bebedor e carente de discrição em suas palavras.
Depois da morte de Luigi, Assunta e seus filhos haviam caído sob o jugo despótico dos Serenelli, Maria, que compreendeu a situação, esforça-se para apoiar sua mãe:
-Ânimo, mamãe, não tenhas medo, que já estamos crescendo. Basta com que o Senhor nos conceda saúde. A Providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!
Desde a morte de seu marido, Assunta sempre esteve no campo e nem sequer tem tempo de ocupar-se da casa, nem da instrução religiosa dos mais pequenos.
Maria se encarrega de tudo, na medida do possível. Durante as refeições, não se senta à mesa até que todos estejam servidos, e para ela serve as sobras. Sua obsequiosidade se estende igualmente aos Serenelli. Por sua vez, Giovanni, cuja esposa havia falecido no hospital psiquiátrico de Ancona, não se preocupa em nada com seu filho Alessandro, jovem robusto de dezenove anos, grosseiro e vicioso, que gostava de cobrir seu quarto com imagens obscenas e ler livros indecentes. Em seu leito de morte, Luigi Goretti havia pressentido o perigo que a companhia dos Serenelli representava para seus filhos, e havia repetido sem cessar à sua esposa:
-Assunta, volte para Corinaldo! Infelizmente Assunta está endividada e comprometida por um contrato de arrendamento.
Depois de ter maior contato com a família Goretti, Alessandro começou a fazer proposições desonestas à inocente Maria, que em um princípio não compreende.
Mais tarde, ao adivinhar as intenções perversas do rapaz, a jovem está sobre aviso e rejeita a adulação e as ameaças. Suplica à sua mãe que não deixe sozinha na casa, mas não se atreve a explicar-lhe claramente as causas de seu pânico, pois Alessandro a havia ameaçado –Se contar algo a tua mãe, te mato. Seu único recurso é a oração. Na véspera de sua morte, Maria pede novamente chorando à sua mãe que não a deixe sozinha, mas, ao não receber mais explicações, esta o considera um capricho e não dá nenhuma importância àquela reiterada súplica.
No dia 5 de julho, a uns quarenta metros da casa, estão debulhando as favas na terra. Alessandro leva um carro puxado por bois. O faz girar uma e outra vez sobre as favas estendidas no chão. Às três da tarde, no momento em que Maria se encontra sozinha em casa, Alessandro diz:
-"Assunta, quer fazer o favor de levar um momento os bois para mim?" Sem suspeitar nada, a mulher o faz, Maria, sentada na soleira da cozinha, remenda uma camisa que Alessandro lhe entregou depois de comer, enquanto vigia sua irmãzinha Teresinha, que dorme a seu lado.
-"Maria!, grita Alessandro. -Quer queres? -Quero que me sigas. -Para quê? –segue-me!
-Se não me dizes o que queres, não te sigo".
Perante a resistência, o rapaz a agarra violentamente pelo braço e a arrasta até a cozinha, trancando a porta. A menina grita, o ruído não chega ao lado de fora. Ao não conseguir que a vítima se submeta, Alessandro a amordaça e esgrime um punhal. Maria põe-se a tremer, mas não sucumbe. Furioso, o jovem tenta com violência arrancar-lhe a roupa, mas Maria se desata da mordaça e grita:
-Não faças isso, que é pecado... Irás para o inferno.
Pouco cuidadoso com o juízo de Deus, o desgraçado levanta a arma:
-Se não deixar, te mato.
Frente àquela resistência, a atravessa com facadas. A menina se põe a gritar:
-Meu Deus! Mamãe!, e cai no chão.
Pensando que estava morta, o assassino atira a faca e abre a porta para fugir, mas ao escutá-la gemer de novo, volta sobre seus passos, pega a arma e a atravessa outra vez de parte a parte; depois, sobe e se tranca em seu quarto.
Maria recebeu catorze feridas graves e ficou inconsciente. Ao recobrar a consciência, chama o senhor Serenelli: Giovanni! Alessandro me matou... Venha. Quase ao mesmo tempo, despertada pelo ruído, Teresinha lança um grito estridente, que sua mãe escuta. Assustada, diz a seu filho Mariano: -Corre a buscar a Maria; diga-lhe que Teresinha a chama.
Naquele momento, Giovanni Serenelli sobe as escadas e, ao ver o horrível espetáculo que se apresenta diante seus olhos, exclama: -Assunta, e tu também, Mário, vem!. Mario Cimarelli, um trabalhador da granja, sobe as escadas à toda pressa. A mãe chega também: -Mamãe!, geme Maria. -É Alessandro, que queria me fazer mal! Chamam o médico e os guardas, que chegam a tempo para impedir que os vizinhos, muito exaltados, matassem Alessandro no ato.
Sofrimento redentor
Ao chegar ao hospital, os médicos se surpreenderam de que a menina ainda não havia sucumbido a seus ferimentos, pois alcançou o pericárdio, o coração, o pulmão esquerdo, o diafragma e o intestino. Ao diagnosticar que não tem cura, chamaram o capelão. Maria se confessa com toda clareza. Em seguida, durante duas horas, os médicos cuidaram dela sem adormecê-la.
Maria não se lamenta, e não deixa de rezar e de oferecer seus sofrimentos à santíssima Virgem, Mãe das Dores. Sua mãe conseguiu que lhe permitam permanecer à cabeceira da cama. Maria ainda tem forças para consolá-la : -Mamãe, querida mamãe, agora estou bem... Como estão meus irmãos e irmãs?
Em um momento, Maria diz à sua mãe: -Mamãe, dê-me uma gota de água. –Minha pobre Maria, o médico não quer, porque seria pior para ti. Estranhada, Maria continua dizendo:
-Como é possível que não possa beber nem uma gota de água? Em seguida, dirige o olhar sobre Jesus crucificado, que também havia dito Tenho sede!, e entendeu.
O sacerdote também está a seu lado, assistindo-a paternalmente. No momento de lhe dar a Sagrada Comunhão, perguntou-lhe: -Maria, perdoa de todo coração teu assassino? Ela respondeu: -Sim, perdôo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao paraíso. Quero que esteja a meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei.
Passando por momentos análogos pelos quais passou o Senhor Jesus na Cruz, Maria recebeu a Eucaristia e a Extrema unção, serena, tranqüila, humilde no heroísmo de sua vitória.
Depois de breves momentos, escutam-na dizer: "Papai". Finalmente, Maria entra na glória da Comunhão com Deus amor. É o dia 6 de julho de 1902, às três horas da tardes.
A conversão de Alessandro
No julgamento, Alessandro, aconselhado por seu advogado, confessou: -"Gostava dela. A provoquei duas vezes ao mal, mas não pude conseguir nada. Despeitado, preparei o punhal que devia utilizar". Por isso, foi condenado a 30 anos de trabalhos forçados. Aparentava não sentir nenhum arrependimento do crime tanto assim que às vezes o escutavam gritar:
-"Aníma-te, Serenelli, dentro de vinte e nove anos e seis meses serás um burguês!". Entretanto, alguns anos mais tarde, Dom Blandini, Bispo da diocese onde está a prisão, decide visitar o assassino para encaminhá-lo ao arrependimento. -"Está perdendo o tempo, monsenhor -afirma o carcereiro-, ele é um duro!"
Alessandro recebeu o bispo resmungando, mas perante a lembrança de Maria, de seu heróico perdão, da bondade e da misericórdia infinita de Deus, deixa-se alcançar pela graça. Depois do Prelado sair, chora na solidão da cela, perante a estupefação dos carcereiro.
Depois de ter um sonho onde Maria lhe apareceu, vestida de branco nos jardins do paraíso, Alessandro, muito questionado, escreveu a Dom Blandino: "Lamento pelo crime que cometi porque sou consciente de ter tirado a vida de uma pobre menina inocente que, até o último momento, quis salvar sua honra, sacrificando-se antes de ceder a minha criminal vontade. Peço perdão a Deus publicamente, e à pobre família, pelo enorme crime que cometi. Confio obter também eu o perdão, como tantos outros na terra". Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena. Depois, ocupará o posto de hortelão em um convento de capuchinhos, mostrando uma conduta exemplar, e será admitido na ordem terceira de São Francisco.
Graças à sua boa disposição, Alessandro foi chamado com testemunha no processo de beatificação de Maria. Foi algo muito delicado e penoso para ele, mas confessou: "Devo reparação, e devo fazer tudo o que esteja a meu alcance para sua glorificação. Toda a culpa é minha. Deixei-me levar pela brutal paixão. Ela é uma santa, uma verdadeira mártir. É uma das primeiras no paraíso, depois do que teve que sofrer por minha causa".
No Natal de 1937, Alessandro dirigiu-se a Corinaldo, lugar onde Assunta Goretti havia se retirado com seus filhos. E vai simplesmente para fazer reparação e pedir perdão à mãe de sua vítima. Nada mais chegar diante dela, pergunta-lhe chorando. -"Assunta, pode me perdoar? -Se Maria te perdoou -balbucia-, como eu não vou te perdoar?" No mesmo dia de Natal, os habitantes de Corinaldo ficam surpresos e emocionados ao ver aproximar-se à mesa da Eucaristia, um ao lado do outro, Alessandro e Assunta.
AS IMAGENS NA IGREJA CATÓLICA
IGREJA CATÓLICA
Página Oriente
AS IMAGENS NA IGREJA CATÓLICA
Tanto no Êxodo como no Deuteronômio, a proibição de imagens refere-se à imagem dos deuses estrangeiros e não de qualquer espécie de desenho, pintura ou escultura. Trata-se de ídolos e de figuras de deuses falsos que tomavam formas de pessoas, animais, astros, etc. Tanto é assim que o mesmo Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, que foi colocada num suporte e, vendo-a, os hebreus ficavam curados de suas feridas. Esta imagem da serpente era prefigurativa de Jesus pregado na cruz: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo o homem que nele crer, tenha a vida eterna" (Jo II14s). Além disso, Deus determinou a Moisés fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s. Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer também querubins e outras figuras várias, entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Nem por isso oI,14s). Além disso, Deus determinou a Moisés fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s. Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer também querubins e outras figuras várias, entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Nem por isso o templo foi do desagrado de Deus. As proibições impostas por Deus destinavam-se a proteger o pequeno povo de Israel, cercado de tantos povos idólatras e ele mesmo propenso à idolatria, do perigo dessa idolatria. Uma coisa é imagem, outra é ídolo. O mesmo Deus que proibiu fazer imagens (de ídolos) mandou fazer imagens (não de ídolos), como a serpente de bronze, os querubins.
Qualificar de superstição e hipocrisia os ornamentos de Igrejas ou quadros e imagens de santos, pode ser ignorância, quando não for maldade ou impiedade. O culto das imagens sempre teve inimigos na história, fato que ainda persiste em nossos dias. Não percebem (ou não querem perceber) que imagem só podemos fazer de pessoas visíveis, como de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos Anjos, dos Santos Apóstolos, etc. Não trata-se da adoração ou culto da imagem pela imagem, ou que possuam poder sobrenatural ou maravilhoso, o que seria superstição e idolatria. Veneramos uma imagem sacra mostrando nosso afeto à pessoa por ela representada, assim como temos amor ao retrato de pessoas queridas, onde o papel em que é feito não diz absolutamente nada, mas sim o que ele representa, ou seja, a imagem dos pais, de um irmão, de um ente que já se foi.
A veneração das imagens é antiquíssima na Igreja e de origem apostólica. São valores artísticos que elevam a alma das pessoas às práticas das virtudes e da piedade.
A Igreja Católica, nos concílios de Nicéia e Trento, aprovou e recomendou o culto das imagens. A doutrina da Igreja, sobre as imagens e o respectivo culto, está resumida nos seguintes pontos:
1. As imagens não são ídolos, a que os fiéis devam render homenagem. Imagem nenhuma possui um poder oculto ou latente, em virtude do qual se lhe deva prestar culto e veneração.
2. É proibido fazer petições às imagens e nelas depositar uma confiança como se fossem doadores de graças e benefícios. A imagem deve ser para o católico um meio, um instrumento, que lhe facilite elevar os pensamentos acima desta terra, às coisas sobrenaturais e divinas.
3. A veneração, o respeito que se tem às imagens, tem por objeto, não a imagem como tal, mas a pessoa por ela representada, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, sua Santa Mãe e os Santos. A imagem não é nada mais que imagem, que nos lembra os benefícios que Deus dá à criatura humana; lembra-nos o poder dos Santos, como amigos de Deus e suas virtudes, que devemos imitar. Nada, pois, tem o culto das imagens com idolatria ou superstição.
*************
No ano de 725, São Germano opôs-se com toda a sua energia contra essa perseguição sacrílega, perpetrada pelo Imperador de Constantinopla, Leão - o Isaurio, que ao assumir o trono declarou publicamente proteger a fé católica, o que, aliás não cumpriu, pois naquele ano iniciou campanha contra o culto das imagens.
A luta tomou feições muito sérias. São Germano defendeu, no púlpito e em escritos, a doutrina sobre o culto das imagens. Em conferências particulares que teve com o Imperador, mostrou a este a inconveniência e a criminalidade daquele proceder. Não conseguiu, porém, mudar as idéias do iconoclasta. Quando, em 730, Leão exigiu de São Germano a assinatura de um decreto que determinava a destruição das imagens sacras, o Santo declarou: "Senhor, tomar uma medida contra a fé, é-me impossível". Esta profissão de fé acarretou ao octogenário, não só o ódio do Imperador, mas a expulsão de Constantinopla, em condições mui humilhantes, tendo que retirar-se para Platino.
Em defesa das imagens, São Germano opôs resistência tenacíssima aos iconoclastas, negando-se peremptoriamente a assinar uma proibição imperial, que tinha por objeto o fim do culto das imagens e sua conseqüente destruição. Ainda hoje, a Igreja sofre tais ataques sistematicamente articulados com a finalidade de atingir a Igreja de Cristo. As portas do inferno não tem poder de prevalecer contra Ela.
CONCLUSÃO
Os católicos não devem se deixar levar por conceitos errôneos a respeito das imagens, que nada mais são do que meras representações elaboradas por hábeis artistas. Devemos saber discernir o abismo que separa a IMAGEM do ÍDOLO. Recorrendo às Escrituras constaremos que nós mesmos, os seres humanos, fomos feitos à IMAGEM e semelhança de Deus, portanto, o Criador foi quem criou a primeira IMAGEM de si próprio. Isto para nos lembrar que, por pior que seja o nosso semelhante, devemos ver nele a IMAGEM do próprio Deus. (Verifique - artigo I do livro "Oriente" - de onde extraímos esta oportuna constatação)
Representações idólatras em diversas formas como: figas, patuás, pés-de-coelho, pirâmides, etc..., sutilmente propaladas como objetos para uso em simpatias ou superstições inofensivas, devem ser combatidas com veemência, já que imprimem influências extremamente comprometedoras à salvação da alma. A adoração ou uso destes amuletos, mesmo em decorrência de modismos ingenuamente sutis, ofendem muito a Nosso Senhor, pois que toda a nossa confiança deve estar concentrada no poder de Deus. Quem cultua, pratica ou difunde a adoração destes objetos, sem dúvida, prestará contas no dia do Juízo.
O homem em sua vida sensitiva, muito depende das coisas que o rodeiam. Como o cristão prudente e sincero procura afastar de si todas as más influências, com prazer se inclinará a tudo que em sua alma for capaz de produzir boas impressões e elevá-las a Deus e às coisas santas. É este o motivo porque a Igreja orna o interior dos templos com belos quadros e imagens de santos. O Aspecto destas coisas desperta na alma pensamentos salutares, o desejo de imitar o exemplo da virtude daqueles que se santificaram na lei de Deus.
Página Oriente
AS IMAGENS NA IGREJA CATÓLICA
Tanto no Êxodo como no Deuteronômio, a proibição de imagens refere-se à imagem dos deuses estrangeiros e não de qualquer espécie de desenho, pintura ou escultura. Trata-se de ídolos e de figuras de deuses falsos que tomavam formas de pessoas, animais, astros, etc. Tanto é assim que o mesmo Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, que foi colocada num suporte e, vendo-a, os hebreus ficavam curados de suas feridas. Esta imagem da serpente era prefigurativa de Jesus pregado na cruz: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo o homem que nele crer, tenha a vida eterna" (Jo II14s). Além disso, Deus determinou a Moisés fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s. Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer também querubins e outras figuras várias, entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Nem por isso oI,14s). Além disso, Deus determinou a Moisés fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s. Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer também querubins e outras figuras várias, entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Nem por isso o templo foi do desagrado de Deus. As proibições impostas por Deus destinavam-se a proteger o pequeno povo de Israel, cercado de tantos povos idólatras e ele mesmo propenso à idolatria, do perigo dessa idolatria. Uma coisa é imagem, outra é ídolo. O mesmo Deus que proibiu fazer imagens (de ídolos) mandou fazer imagens (não de ídolos), como a serpente de bronze, os querubins.
Qualificar de superstição e hipocrisia os ornamentos de Igrejas ou quadros e imagens de santos, pode ser ignorância, quando não for maldade ou impiedade. O culto das imagens sempre teve inimigos na história, fato que ainda persiste em nossos dias. Não percebem (ou não querem perceber) que imagem só podemos fazer de pessoas visíveis, como de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos Anjos, dos Santos Apóstolos, etc. Não trata-se da adoração ou culto da imagem pela imagem, ou que possuam poder sobrenatural ou maravilhoso, o que seria superstição e idolatria. Veneramos uma imagem sacra mostrando nosso afeto à pessoa por ela representada, assim como temos amor ao retrato de pessoas queridas, onde o papel em que é feito não diz absolutamente nada, mas sim o que ele representa, ou seja, a imagem dos pais, de um irmão, de um ente que já se foi.
A veneração das imagens é antiquíssima na Igreja e de origem apostólica. São valores artísticos que elevam a alma das pessoas às práticas das virtudes e da piedade.
A Igreja Católica, nos concílios de Nicéia e Trento, aprovou e recomendou o culto das imagens. A doutrina da Igreja, sobre as imagens e o respectivo culto, está resumida nos seguintes pontos:
1. As imagens não são ídolos, a que os fiéis devam render homenagem. Imagem nenhuma possui um poder oculto ou latente, em virtude do qual se lhe deva prestar culto e veneração.
2. É proibido fazer petições às imagens e nelas depositar uma confiança como se fossem doadores de graças e benefícios. A imagem deve ser para o católico um meio, um instrumento, que lhe facilite elevar os pensamentos acima desta terra, às coisas sobrenaturais e divinas.
3. A veneração, o respeito que se tem às imagens, tem por objeto, não a imagem como tal, mas a pessoa por ela representada, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, sua Santa Mãe e os Santos. A imagem não é nada mais que imagem, que nos lembra os benefícios que Deus dá à criatura humana; lembra-nos o poder dos Santos, como amigos de Deus e suas virtudes, que devemos imitar. Nada, pois, tem o culto das imagens com idolatria ou superstição.
*************
No ano de 725, São Germano opôs-se com toda a sua energia contra essa perseguição sacrílega, perpetrada pelo Imperador de Constantinopla, Leão - o Isaurio, que ao assumir o trono declarou publicamente proteger a fé católica, o que, aliás não cumpriu, pois naquele ano iniciou campanha contra o culto das imagens.
A luta tomou feições muito sérias. São Germano defendeu, no púlpito e em escritos, a doutrina sobre o culto das imagens. Em conferências particulares que teve com o Imperador, mostrou a este a inconveniência e a criminalidade daquele proceder. Não conseguiu, porém, mudar as idéias do iconoclasta. Quando, em 730, Leão exigiu de São Germano a assinatura de um decreto que determinava a destruição das imagens sacras, o Santo declarou: "Senhor, tomar uma medida contra a fé, é-me impossível". Esta profissão de fé acarretou ao octogenário, não só o ódio do Imperador, mas a expulsão de Constantinopla, em condições mui humilhantes, tendo que retirar-se para Platino.
Em defesa das imagens, São Germano opôs resistência tenacíssima aos iconoclastas, negando-se peremptoriamente a assinar uma proibição imperial, que tinha por objeto o fim do culto das imagens e sua conseqüente destruição. Ainda hoje, a Igreja sofre tais ataques sistematicamente articulados com a finalidade de atingir a Igreja de Cristo. As portas do inferno não tem poder de prevalecer contra Ela.
CONCLUSÃO
Os católicos não devem se deixar levar por conceitos errôneos a respeito das imagens, que nada mais são do que meras representações elaboradas por hábeis artistas. Devemos saber discernir o abismo que separa a IMAGEM do ÍDOLO. Recorrendo às Escrituras constaremos que nós mesmos, os seres humanos, fomos feitos à IMAGEM e semelhança de Deus, portanto, o Criador foi quem criou a primeira IMAGEM de si próprio. Isto para nos lembrar que, por pior que seja o nosso semelhante, devemos ver nele a IMAGEM do próprio Deus. (Verifique - artigo I do livro "Oriente" - de onde extraímos esta oportuna constatação)
Representações idólatras em diversas formas como: figas, patuás, pés-de-coelho, pirâmides, etc..., sutilmente propaladas como objetos para uso em simpatias ou superstições inofensivas, devem ser combatidas com veemência, já que imprimem influências extremamente comprometedoras à salvação da alma. A adoração ou uso destes amuletos, mesmo em decorrência de modismos ingenuamente sutis, ofendem muito a Nosso Senhor, pois que toda a nossa confiança deve estar concentrada no poder de Deus. Quem cultua, pratica ou difunde a adoração destes objetos, sem dúvida, prestará contas no dia do Juízo.
O homem em sua vida sensitiva, muito depende das coisas que o rodeiam. Como o cristão prudente e sincero procura afastar de si todas as más influências, com prazer se inclinará a tudo que em sua alma for capaz de produzir boas impressões e elevá-las a Deus e às coisas santas. É este o motivo porque a Igreja orna o interior dos templos com belos quadros e imagens de santos. O Aspecto destas coisas desperta na alma pensamentos salutares, o desejo de imitar o exemplo da virtude daqueles que se santificaram na lei de Deus.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
DOM DA FÉ
Dom da Fé
"Esta é uma arma que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5,4)
O terceiro carismas das obras é a fé. Dom que o Espírito Santo colocou à nossa disposição para que possamos usufruir da própria onipotência de Deus. A fé é a nossa "energia atômica", capaz de aniquilar todas as forças infernais, é ela que nos desperta para acreditarmos convictamente em algo que não se vê, geralmente, de maneira natural.
Hoje, infelizmente o naturalismo e o ceticismo estão ganhando muito terreno. Hoje, submersos no materialismo e orgulhosos pela própria auto-suficiência os homens creêm que já não mais precisam crer. Creêm somente em si mesmos, nas próprias capacidades, nos seus talentos, no dinheiro, nos seus próprios planos.
Não confiam nos chefes políticos e consequentemente nos chefes religiosos, e ainda nos amigos e parentes, e lógicamente menos ainda nas coisas sobrenaturais.
Verdade é que na alma do povo ainda há um resíduo de fé, mas trata-se de uma fé tradicional, vaga, confusa, subjetiva e superficial. Não conhece o verdadeiro sentido dos dogmas e da doutrina católica.
A fé um dom de Deus; um raio de luz que parte de Deus para a alma humana, que para vingar deve encontrar um terreno adequado, deve ser aceita de coração e espírito aberto, pois o Espírito Santo não invade corações trancados. "A fé vem de pregação e a pregação é feita por mandato de Cristo" (Rm 10,17).
A crise de fé se verifica no povo cristão e até mesmo entre os seus líderes e pastores. Todas as crises morais, têm sua origem na crise da fé. O movimento de renovação carismática pretende ser, principalmente, um movimento de renovação da fé, encarando-a como virtude e como carisma.
A fé como virtude
Fé como virtude significa aderir às verdades reveladas por Deus, não pela credibilidade intrínseca dessas verdades, mas pela confiança que depositamos naquele qu no-las fez conhecer.
Nos grupos carismáticos vive-se da fé. Após o "batismo no Espírito", os artigos do Credo tornam-se misteriosa e surpreendentemente claros, evidentes e sublimes. Os próprios mistérios já não são comparáveis a muros resistentes contra os quais seria inútil bater a cabeça, mas são como oceanos de luz nos quais se anseia imergir com toda alegria.
Cristo torna-se, pela fé, o centro de sua vida, a alegria transbordante de cada respiro e o objeto predileto dos seus incessantes louvores.
Em tempos que se caracterizam pela revolta e pelo individualismo insubordinado, os carismáticos reafirmaram sua fé na igreja e a submissão incondicional aos seus legítimos representantes. Os carismáticos quase que instintivamente, encaram todos os acontecimentos, grandes e pequenos, alegres e tristes, à luz de Deus, procurando julgá-los sempre sobre o prisma da fé. seja qual for a circunstância, alegre ou dolorosa, as pessoas carismáticas só têm um comentário a fazer e uma só exclamação a proferir: "Deus seja louvado".
A virtude da fé encerra ainda um outro aspecto que deve ser relevado. A fé não é só adesão às promessas de Cristo. Em outros palavras, fé significa entrega total a Deus e à sua providência. Deus, ao criar-nos preparou um plano relativo a cada um de nós. Como seres conscientes precisamos descobrir o plano, aceitá-lo e colaborar com todas as nossas forças para que ele seja levado a bom termo.
"O justo vive da fé", diz o Apóstolo (Rm 1,17). O que vale dizer que a fé é o termômetro da nossa santidade.
Aquele que tem fé é uma pessoa que vive confiante na providência divina, não se deixa abater pelas dificuldades em meio as necessidades, pois sabe que o Pai que está no céus tudo providenciará e este como o Apóstolo poderá dizer: "sei em quem depositei minha confiança" (2Tm 1,12). E mesmo que tudo se manifeste contrário ao nosso ato de fé, continuamos a crer, sem indagar-nos como, por quais caminhos e meios o Senhor virá ao nosso encontro.
A fé como carisma
A virtude da fé, comum a todos os cristãos, difere do dom da fé, mencionado por Paulo: "a outro é dado o dom da fé" (1Cor 12,9). Este é realmente um dom sobrenatural do Espírito Santo, conferido em circunstancias especiais para dar cumprimento às obras de Deus. É Deus mesmo que, em determinada circunstâncias, faz com que a pessoa aja da maneira que ele quer. Há determinadas situações em que certas pessoas são revestidas de um poder sobrenatural, tornando-as capazes de ver claramente que Deus revelará o seu poder e sua bondade através de um sinal extraordinário. Em outras palavras o homem de fé percebe em si mesmo e com absoluta certeza, que o Senhor deseja realizar um milagre por meio dele. Ora essa revelação interna leva-o a agir com firmeza e a reagir contra as circunstâncias contrárias, como se ele estivesse vendo agora o que ainda irá acontecer depois.
O homem de fé não crê simplesmente que Deus pode fazer tal prodígio, mas que o fará de fato ou, antes, que ele já o fez. Essa foi, aliás, a atitude de profeta Elias ao fazer descer o fogo sobre o Monte Carmelo. Essa foi também a atitude de Pedro que, sem titubeios, disse ao coxo que se encontrava à porta do templo: "Em nome de Jesus nazareno, levanta-te e anda" (At 3,6). Noutra ocasião, o próprio Pedro ressuscitou o corpo de Tabita dizendo simplesmente: "levanta-te" (At 9,36). Paulo também agiu da mesma maneira quando, colocando-se sobre o corpo de Êutico, o abraçou e gritou para a multidão: "Não vos perturbeis, que ele está vivo".
Concluindo, podemos dizer que o dom da fé é um carisma relacionado com os de mais. O dom da fé serve de preparação para usar ou outros, principalmente o dom das curas e o dom dos milagres. Como os demais dons do Espírito, trata-se de um carisma concedido gratuitamente, embora nada nos impeça de pedi-lo, principalmente se a glória de Deus e o bem do corpo místico o exigirem.
fonte: adaptado e revisado pelo Portal Carismático do Livro O Despertas dos Carisma de Serafino Falvo
"Esta é uma arma que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5,4)
O terceiro carismas das obras é a fé. Dom que o Espírito Santo colocou à nossa disposição para que possamos usufruir da própria onipotência de Deus. A fé é a nossa "energia atômica", capaz de aniquilar todas as forças infernais, é ela que nos desperta para acreditarmos convictamente em algo que não se vê, geralmente, de maneira natural.
Hoje, infelizmente o naturalismo e o ceticismo estão ganhando muito terreno. Hoje, submersos no materialismo e orgulhosos pela própria auto-suficiência os homens creêm que já não mais precisam crer. Creêm somente em si mesmos, nas próprias capacidades, nos seus talentos, no dinheiro, nos seus próprios planos.
Não confiam nos chefes políticos e consequentemente nos chefes religiosos, e ainda nos amigos e parentes, e lógicamente menos ainda nas coisas sobrenaturais.
Verdade é que na alma do povo ainda há um resíduo de fé, mas trata-se de uma fé tradicional, vaga, confusa, subjetiva e superficial. Não conhece o verdadeiro sentido dos dogmas e da doutrina católica.
A fé um dom de Deus; um raio de luz que parte de Deus para a alma humana, que para vingar deve encontrar um terreno adequado, deve ser aceita de coração e espírito aberto, pois o Espírito Santo não invade corações trancados. "A fé vem de pregação e a pregação é feita por mandato de Cristo" (Rm 10,17).
A crise de fé se verifica no povo cristão e até mesmo entre os seus líderes e pastores. Todas as crises morais, têm sua origem na crise da fé. O movimento de renovação carismática pretende ser, principalmente, um movimento de renovação da fé, encarando-a como virtude e como carisma.
A fé como virtude
Fé como virtude significa aderir às verdades reveladas por Deus, não pela credibilidade intrínseca dessas verdades, mas pela confiança que depositamos naquele qu no-las fez conhecer.
Nos grupos carismáticos vive-se da fé. Após o "batismo no Espírito", os artigos do Credo tornam-se misteriosa e surpreendentemente claros, evidentes e sublimes. Os próprios mistérios já não são comparáveis a muros resistentes contra os quais seria inútil bater a cabeça, mas são como oceanos de luz nos quais se anseia imergir com toda alegria.
Cristo torna-se, pela fé, o centro de sua vida, a alegria transbordante de cada respiro e o objeto predileto dos seus incessantes louvores.
Em tempos que se caracterizam pela revolta e pelo individualismo insubordinado, os carismáticos reafirmaram sua fé na igreja e a submissão incondicional aos seus legítimos representantes. Os carismáticos quase que instintivamente, encaram todos os acontecimentos, grandes e pequenos, alegres e tristes, à luz de Deus, procurando julgá-los sempre sobre o prisma da fé. seja qual for a circunstância, alegre ou dolorosa, as pessoas carismáticas só têm um comentário a fazer e uma só exclamação a proferir: "Deus seja louvado".
A virtude da fé encerra ainda um outro aspecto que deve ser relevado. A fé não é só adesão às promessas de Cristo. Em outros palavras, fé significa entrega total a Deus e à sua providência. Deus, ao criar-nos preparou um plano relativo a cada um de nós. Como seres conscientes precisamos descobrir o plano, aceitá-lo e colaborar com todas as nossas forças para que ele seja levado a bom termo.
"O justo vive da fé", diz o Apóstolo (Rm 1,17). O que vale dizer que a fé é o termômetro da nossa santidade.
Aquele que tem fé é uma pessoa que vive confiante na providência divina, não se deixa abater pelas dificuldades em meio as necessidades, pois sabe que o Pai que está no céus tudo providenciará e este como o Apóstolo poderá dizer: "sei em quem depositei minha confiança" (2Tm 1,12). E mesmo que tudo se manifeste contrário ao nosso ato de fé, continuamos a crer, sem indagar-nos como, por quais caminhos e meios o Senhor virá ao nosso encontro.
A fé como carisma
A virtude da fé, comum a todos os cristãos, difere do dom da fé, mencionado por Paulo: "a outro é dado o dom da fé" (1Cor 12,9). Este é realmente um dom sobrenatural do Espírito Santo, conferido em circunstancias especiais para dar cumprimento às obras de Deus. É Deus mesmo que, em determinada circunstâncias, faz com que a pessoa aja da maneira que ele quer. Há determinadas situações em que certas pessoas são revestidas de um poder sobrenatural, tornando-as capazes de ver claramente que Deus revelará o seu poder e sua bondade através de um sinal extraordinário. Em outras palavras o homem de fé percebe em si mesmo e com absoluta certeza, que o Senhor deseja realizar um milagre por meio dele. Ora essa revelação interna leva-o a agir com firmeza e a reagir contra as circunstâncias contrárias, como se ele estivesse vendo agora o que ainda irá acontecer depois.
O homem de fé não crê simplesmente que Deus pode fazer tal prodígio, mas que o fará de fato ou, antes, que ele já o fez. Essa foi, aliás, a atitude de profeta Elias ao fazer descer o fogo sobre o Monte Carmelo. Essa foi também a atitude de Pedro que, sem titubeios, disse ao coxo que se encontrava à porta do templo: "Em nome de Jesus nazareno, levanta-te e anda" (At 3,6). Noutra ocasião, o próprio Pedro ressuscitou o corpo de Tabita dizendo simplesmente: "levanta-te" (At 9,36). Paulo também agiu da mesma maneira quando, colocando-se sobre o corpo de Êutico, o abraçou e gritou para a multidão: "Não vos perturbeis, que ele está vivo".
Concluindo, podemos dizer que o dom da fé é um carisma relacionado com os de mais. O dom da fé serve de preparação para usar ou outros, principalmente o dom das curas e o dom dos milagres. Como os demais dons do Espírito, trata-se de um carisma concedido gratuitamente, embora nada nos impeça de pedi-lo, principalmente se a glória de Deus e o bem do corpo místico o exigirem.
fonte: adaptado e revisado pelo Portal Carismático do Livro O Despertas dos Carisma de Serafino Falvo
ORAÇÃO A DEUS POR INTERCESSÃO DE D.JOÃO DE OLIVEIRA MATOS

Senhor, Pai Santo e fonte de toda a eternidade, Vós suscitastes no Vosso Servo João de Oliveira Matos o desejo ardente de Vos servir como Pastor zeloso da Vossa glória e da salvação dos homens.
Inteiramente confiado na vossa Providência, desprendido de si mesmo, na fidelidade à Igreja e na Caridade para com os irmãos, ele devotou-se com intuição profética à renovação da vida cristã, a fim de instaurar o reinado de Cristo.
Dignai-Vos, pois, Senhor, dar-nos a conhecer a heroicidade da sua virtude e a glória de que goza no Céu, concedendo-nos as graças que neste momento Vos pedimos por sua intercessão ,onde em qualquer delas espera ser atendida. Assim seja para glória do Vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, na unidade do Esspírito Santo. Amen.
Tenho muita confiança em quem já na terra revelou tantos momentos de santidade. Espero continuar a receber por seu intermédio, a continuação delas, principalmente quando a angústia invade o nosso coração.
Inteiramente confiado na vossa Providência, desprendido de si mesmo, na fidelidade à Igreja e na Caridade para com os irmãos, ele devotou-se com intuição profética à renovação da vida cristã, a fim de instaurar o reinado de Cristo.
Dignai-Vos, pois, Senhor, dar-nos a conhecer a heroicidade da sua virtude e a glória de que goza no Céu, concedendo-nos as graças que neste momento Vos pedimos por sua intercessão ,onde em qualquer delas espera ser atendida. Assim seja para glória do Vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, na unidade do Esspírito Santo. Amen.
Tenho muita confiança em quem já na terra revelou tantos momentos de santidade. Espero continuar a receber por seu intermédio, a continuação delas, principalmente quando a angústia invade o nosso coração.
domingo, 4 de julho de 2010
SALMO 114-SALMO DA SERENIDADE

Salmos, 114
1. Aleluia. Amo o Senhor, porque ele ouviu a voz de minha súplica,
2. porque inclinou para mim os seus ouvidos no dia em que o invoquei.
3. Os laços da morte me envolviam, a rede da habitação dos mortos me apanhou de improviso; estava abismado na aflição e na ansiedade.
4. Foi então que invoquei o nome do Senhor: Ó Senhor, salvai-me a vida!
5. O Senhor é bom e justo, cheio de misericórdia é nosso Deus.
6. O Senhor cuida dos corações simples; achava-me na miséria e ele me salvou.
7. Volta, minha alma, à tua serenidade, porque o Senhor foi bom para contigo,
8. pois livrou-me a alma da morte, preservou-me os olhos do pranto, os pés da queda.
9. Na presença do Senhor continuarei o meu caminho na terra dos vivos
1. Aleluia. Amo o Senhor, porque ele ouviu a voz de minha súplica,
2. porque inclinou para mim os seus ouvidos no dia em que o invoquei.
3. Os laços da morte me envolviam, a rede da habitação dos mortos me apanhou de improviso; estava abismado na aflição e na ansiedade.
4. Foi então que invoquei o nome do Senhor: Ó Senhor, salvai-me a vida!
5. O Senhor é bom e justo, cheio de misericórdia é nosso Deus.
6. O Senhor cuida dos corações simples; achava-me na miséria e ele me salvou.
7. Volta, minha alma, à tua serenidade, porque o Senhor foi bom para contigo,
8. pois livrou-me a alma da morte, preservou-me os olhos do pranto, os pés da queda.
9. Na presença do Senhor continuarei o meu caminho na terra dos vivos
quinta-feira, 1 de julho de 2010
CATEQUESE DO SANTO PADRE-.S.JOSÉ CAFASSO
Catequese do Papa: São José Cafasso, outro modelo de sacerdote
Intervenção na audiência geral de hoje
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 30 de junho de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
Queridos irmãos e irmãs:
Terminamos há pouco tempo o Ano Sacerdotal: um tempo de graça que trouxe e trará frutos preciosos para a Igreja; uma oportunidade para recordar na oração aqueles que responderam a esta vocação particular. Neste caminho, acompanharam-nos, como modelos e intercessores, o Santo Cura d'Ars e outras figuras de santos sacerdotes, verdadeiras luzes na história da Igreja. Hoje, como anunciei na última quarta-feira, eu gostaria de recordar outro, que sobressai no grupo dos "santos sociais" em Turim do século XIX: trata-se de São José Cafasso. Sua lembrança parece apropriada, porque precisamente há uma semana se celebrava o 150º aniversário da sua morte, ocorrida na capital piemontesa no dia 23 de junho de 1860, aos 49 anos. Além disso, quero recordar que o Papa Pio XI, no dia 1º de novembro de 1924, aprovando os milagres para a canonização de São João Maria Vianney e publicando o decreto de autorização para a beatificação de Cafasso, aproximou estas duas figuras de sacerdotes com as seguintes palavras: "Com uma especial e benéfica disposição da Divina Bondade, assistimos a este surgimento da Igreja Católica de novos astros, o pároco de Ars e o venerável Servo de Deus José Cafasso. Precisamente estas duas belas, queridas, providencialmente oportunas figuras nos foram apresentadas hoje; pequena e humilde, pobre e simples, mas tanto mais gloriosa, a figura do pároco de Ars; e a outra bela, grande e complexa, rica figura de sacerdote, professor e formador de sacerdotes, o venerável José Cafasso". Trata-se de circunstâncias que nos oferecem a oportunidade de conhecer melhor a mensagem viva e atual que surge da vida deste santo. Ele não foi pároco, como o Cura d'Ars, mas sobretudo formador de párocos e de sacerdotes diocesanos, inclusive de sacerdotes santos, entre eles São João Bosco. Não fundou, como tantos outros sacerdotes do século XIX piemontês, institutos religiosos, porque sua "fundação" foi a "escola de vida e de santidade sacerdotal", que realizou, com seu exemplo e ensino, no Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis, em Turim.
José Cafasso nasceu em Castelnuovo d'Asti, o mesmo povoado de São João Bosco, em 15 de janeiro de 1822. Foi o terceiro de quatro filhos. A última, irmã Marianna, seria a mãe do Beato José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. Nasceu no Piemonte de século XIX, caracterizado por graves problemas sociais, mas também por muitos santos que se empenhavam em solucioná-los. Estes estavam unidos entre si por um amor total a Cristo e por uma profunda caridade com os mais pobres: a graça do Senhor sabe difundir e multiplicar as sementes de santidade! Cafasso realizou o Ensino Médio e o biênio de filosofia no Colégio de Chieri e, em 1830, passou ao Seminário Teológico, onde, em 1833, foi ordenado sacerdote. Quatro meses mais tarde, ingressou no lugar que para ele seria a única e fundamental "etapa" da vida sacerdotal: o Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis, em Turim. Entrou para aperfeiçoar-se na pastoral, mas lá fez frutificar seus dons de diretor espiritual e seu grande espírito de caridade. O internato, de fato, não era somente uma escola de teologia moral, onde os jovens sacerdotes, procedentes sobretudo do campo, aprendiam a confessar e a pregar, mas era também uma verdadeira e própria escola de vida sacerdotal, onde os presbíteros se formavam na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e na teologia moral e pastoral do grande bispo Santo Afonso Maria de Ligório. O tipo de sacerdote que Cafasso encontrou no internato e que ele mesmo contribuiu para reforçar - sobretudo como reitor - era o do verdadeiro pastor, com uma rica vida interior e um profundo zelo no cuidado pastoral: fiel à oração, comprometido na pregação, na catequese, dedicado à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão, segundo o modelo encarnado por São Carlos Borromeu, por São Francisco de Sales e promovido pelo Concílio de Trento. Uma feliz expressão de São João Bosco sintetiza o sentido do trabalho educativo naquela comunidade: "No internato se aprendia a ser sacerdote".
São José Cafasso procurou levar a cabo este modelo na formação dos jovens sacerdotes, para que, por sua vez, estes se convertessem em formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos, segundo uma especial e eficaz corrente. Da sua cátedra de teologia moral, ele educava para que fossem bons confessores e diretores espirituais, preocupados pelo verdadeiro bem espiritual da pessoa, incentivados por um grande equilíbrio em fazer sentir a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, um agudo e vivo sentido do pecado. Três eram as principais virtudes do Cafasso professor, como recorda São João Bosco: calma, delicadeza e prudência. Para ele, a verificação do ensino transmitido estava constituída pelo ministério da Confissão, à qual ele mesmo dedicada muitas horas do dia; a ele se dirigiam bispos, sacerdotes, religiosos, leigos eminentes e pessoas simples: a todos sabia oferecer o tempo necessário. De muitos, também, que chegaram a ser santos e fundadores de institutos religiosos, foi sábio conselheiro espiritual. Seu ensino nunca era abstrato, baseado somente nos livros utilizados nessa época, mas nascia da experiência viva da misericórdia de Deus e do profundo conhecimento da alma humana, adquirido no longo tempo transcorrido no confessionário e na direção espiritual: a sua era verdadeiramente uma escola de vida sacerdotal.
Seu segredo era simples: ser um homem de Deus; fazer, nas pequenas ações cotidianas, "o que possa representar maior glória de Deus e maior proveito das almas". Amava de forma total o Senhor, estava animado por uma fé bem arraigada, sustentado por uma oração profunda e prolongada, vivia uma sincera caridade com todos. Conhecia a teologia moral, mas conhecia também as situações e o coração das pessoas, de cujo bem se encarregava, como o bom pastor. Os que tinham a graça de estar perto dele se transformavam em outros bons pastores e confessores válidos. Indicava com clareza a todos os sacerdotes a santidade a ser alcançada precisamente no ministério pastoral. O Beato Clemente Marchisio, fundador das Filhas de São José, afirmava: "Entrei no internato sendo um grande travesso e um meio doido, sem saber o que queria dizer ser sacerdote, e saí de lá sendo totalmente diferente, plenamente imbuído da dignidade do sacerdote". Quantos sacerdotes foram formados no internato e depois seguidos espiritualmente! Entre estes, como já comentei, surge São João Bosco, que o teve como diretor espiritual durante 25 anos (de 183 a 1860): antes como clérigo, depois como sacerdote e depois como fundador. Todas as escolhas fundamentais da vida de São João Bosco tiveram como conselheiro e guia São José Cafasso, mas de uma maneira bem precisa: Cafasso jamais buscou formar em Dom Bosco um discípulo "à sua imagem e semelhança", e Dom Bosco nunca copiou Cafasso; imitou-o certamente nas virtudes humanas e sacerdotais, definindo-o, de fato, como "modelo de vida sacerdotal"; mas desenvolveu suas próprias atitudes pessoais e sua peculiar vocação - um sinal da sabedoria do mestre espiritual e da inteligência do discípulo: o primeiro não se impôs sobre o segundo, mas o respeitou em sua personalidade e o ajudou a ler qual era a vontade de Deus sobre ele. Queridos amigos, este é um ensinamento belíssimo para todos aqueles que estão comprometidos na formação e educação das jovens gerações e é também um forte convite sobre quão importante é ter um guia espiritual na própria vida, que ajude a entender o que Deus quer de nós. De maneira simples e profunda, nosso santo afirmava: "Toda a santidade, a perfeição e o proveito de uma pessoa está em fazer perfeitamente a vontade de Deus (...). Felizes nós, se conseguirmos verter assim nosso coração dentro do de Deus, unir de tal forma nossos desejos, nossa vontade à sua, que formem um só coração e uma só vontade: querer o que Deus quer, querer na forma, no tempo, nas circunstâncias que Ele quiser e querer tudo isso não por outro motivo a não ser porque Deus o quer".
Mas outro elemento caracteriza o ministério do nosso santo: a atenção aos últimos, em particular aos presos, que em Turim do século XIX viviam em lugares inumanos e inumanizadores. Também neste delicado serviço, levado a cabo durante mais de vinte anos, ele foi sempre o bom pastor, compreensivo e compassivo - qualidade percebida pelos detentos, que acabavam por ser conquistados por esse amor sincero, cuja origem era o próprio Deus. A simples presença de Cafasso fazia o bem: serenava, tocava os corações endurecidos pelas circunstâncias da vida e sobretudo iluminava e removia as consciências indiferentes. Nos primeiros anos do seu ministério entre os presos, ele recorria frequentemente às grandes pregações que chegavam a envolver quase toda a população carcerária. Com o passar do tempo, privilegiou a catequese pequena, feita nos colóquios e nos encontros pessoais: respeitoso das circunstâncias de cada um, enfrentava os grandes temas da vida cristã, falando da confiança em Deus, da adesão à sua vontade, da utilidade da oração e dos sacramentos, cujo ponto de chegada é a Confissão, o encontro com Deus, feito para nós misericórdia infinita. Os condenados à morte foram objetos de cuidados humanos e espirituais especialíssimos. Ele acompanhou ao patíbulo, após tê-los confessado e administrado a Eucaristia, 57 condenados à morte. Acompanhava-os com profundo amor, até a última respiração da sua existência terrena.
Morreu no dia 23 de junho de 1860, após uma vida oferecida totalmente ao Senhor e consumada pelo próximo. Meu predecessor, o venerável servo de Deus Papa Pio XII, no dia 9 de abril de 1948, proclamou-o padroeiro das prisões italianas e, com a exortação apostólica Menti nostrae, em 23 de setembro de 1950, o propôs como modelo aos sacerdotes comprometidos na confissão e na direção espiritual.
Queridos irmãos e irmãs: que São José Cafasso seja um convite para todos a intensificar o caminho rumo à perfeição da vida cristã, a santidade; em particular, que recorde aos sacerdotes a importância de dedicar tempo ao sacramento da Reconciliação e à direção espiritual, e a todos a atenção que devemos ter com os mais necessitados. Que nos ajude a intercessão da Beata Virgem Maria, a quem São José Cafasso era devotíssimo e chamada de "nossa querida Mãe, nosso consolo, nossa esperança".
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:
Na semana passada, fez cento e cinquenta anos que morreu São José Cafasso, que resplandece na Igreja pelos seus dotes de diretor espiritual e o seu grande espírito de caridade. Este levou-o a privilegiar os últimos, os encarcerados: durante mais de vinte anos, foi o pastor compreensivo e compassivo dos reclusos de Turim. Por isso depois foi proclamado pelo Papa Pio XII patrono dos estabelecimentos carcerários. São José Cafasso não foi pároco como o Santo Cura d'Ars, mas formador de párocos e sacerdotes diocesanos; mais ainda, formador de sacerdotes santos, entre os quais se conta São João Bosco. O seu segredo era simples: ser um homem de Deus, procurando, nas ações humildes de cada dia, fazer tudo aquilo que pode servir para a maior glória de Deus e o bem das almas.
Amados peregrinos de língua portuguesa, em particular quantos vieram de Angola e do Brasil para acompanhar os seus Arcebispos que ontem receberam o pálio, símbolo de uma especial união com Cristo Bom Pastor e com o seu Vigário e Sucessor de Pedro no governo do povo de Deus: saúdo os fiéis de Lubango com Dom Gabriel Mbilingi, de Belém do Pará com Dom Alberto Corrêa, e de Olinda e Recife com Dom Antônio Saburido. À Virgem Maria confio as vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o precioso dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro, ao dar-vos a bênção apostólica.
[Tradução: Aline Banchieri
©Libreria Editrice Vaticana]
Intervenção na audiência geral de hoje
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 30 de junho de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
Queridos irmãos e irmãs:
Terminamos há pouco tempo o Ano Sacerdotal: um tempo de graça que trouxe e trará frutos preciosos para a Igreja; uma oportunidade para recordar na oração aqueles que responderam a esta vocação particular. Neste caminho, acompanharam-nos, como modelos e intercessores, o Santo Cura d'Ars e outras figuras de santos sacerdotes, verdadeiras luzes na história da Igreja. Hoje, como anunciei na última quarta-feira, eu gostaria de recordar outro, que sobressai no grupo dos "santos sociais" em Turim do século XIX: trata-se de São José Cafasso. Sua lembrança parece apropriada, porque precisamente há uma semana se celebrava o 150º aniversário da sua morte, ocorrida na capital piemontesa no dia 23 de junho de 1860, aos 49 anos. Além disso, quero recordar que o Papa Pio XI, no dia 1º de novembro de 1924, aprovando os milagres para a canonização de São João Maria Vianney e publicando o decreto de autorização para a beatificação de Cafasso, aproximou estas duas figuras de sacerdotes com as seguintes palavras: "Com uma especial e benéfica disposição da Divina Bondade, assistimos a este surgimento da Igreja Católica de novos astros, o pároco de Ars e o venerável Servo de Deus José Cafasso. Precisamente estas duas belas, queridas, providencialmente oportunas figuras nos foram apresentadas hoje; pequena e humilde, pobre e simples, mas tanto mais gloriosa, a figura do pároco de Ars; e a outra bela, grande e complexa, rica figura de sacerdote, professor e formador de sacerdotes, o venerável José Cafasso". Trata-se de circunstâncias que nos oferecem a oportunidade de conhecer melhor a mensagem viva e atual que surge da vida deste santo. Ele não foi pároco, como o Cura d'Ars, mas sobretudo formador de párocos e de sacerdotes diocesanos, inclusive de sacerdotes santos, entre eles São João Bosco. Não fundou, como tantos outros sacerdotes do século XIX piemontês, institutos religiosos, porque sua "fundação" foi a "escola de vida e de santidade sacerdotal", que realizou, com seu exemplo e ensino, no Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis, em Turim.
José Cafasso nasceu em Castelnuovo d'Asti, o mesmo povoado de São João Bosco, em 15 de janeiro de 1822. Foi o terceiro de quatro filhos. A última, irmã Marianna, seria a mãe do Beato José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. Nasceu no Piemonte de século XIX, caracterizado por graves problemas sociais, mas também por muitos santos que se empenhavam em solucioná-los. Estes estavam unidos entre si por um amor total a Cristo e por uma profunda caridade com os mais pobres: a graça do Senhor sabe difundir e multiplicar as sementes de santidade! Cafasso realizou o Ensino Médio e o biênio de filosofia no Colégio de Chieri e, em 1830, passou ao Seminário Teológico, onde, em 1833, foi ordenado sacerdote. Quatro meses mais tarde, ingressou no lugar que para ele seria a única e fundamental "etapa" da vida sacerdotal: o Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis, em Turim. Entrou para aperfeiçoar-se na pastoral, mas lá fez frutificar seus dons de diretor espiritual e seu grande espírito de caridade. O internato, de fato, não era somente uma escola de teologia moral, onde os jovens sacerdotes, procedentes sobretudo do campo, aprendiam a confessar e a pregar, mas era também uma verdadeira e própria escola de vida sacerdotal, onde os presbíteros se formavam na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e na teologia moral e pastoral do grande bispo Santo Afonso Maria de Ligório. O tipo de sacerdote que Cafasso encontrou no internato e que ele mesmo contribuiu para reforçar - sobretudo como reitor - era o do verdadeiro pastor, com uma rica vida interior e um profundo zelo no cuidado pastoral: fiel à oração, comprometido na pregação, na catequese, dedicado à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão, segundo o modelo encarnado por São Carlos Borromeu, por São Francisco de Sales e promovido pelo Concílio de Trento. Uma feliz expressão de São João Bosco sintetiza o sentido do trabalho educativo naquela comunidade: "No internato se aprendia a ser sacerdote".
São José Cafasso procurou levar a cabo este modelo na formação dos jovens sacerdotes, para que, por sua vez, estes se convertessem em formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos, segundo uma especial e eficaz corrente. Da sua cátedra de teologia moral, ele educava para que fossem bons confessores e diretores espirituais, preocupados pelo verdadeiro bem espiritual da pessoa, incentivados por um grande equilíbrio em fazer sentir a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, um agudo e vivo sentido do pecado. Três eram as principais virtudes do Cafasso professor, como recorda São João Bosco: calma, delicadeza e prudência. Para ele, a verificação do ensino transmitido estava constituída pelo ministério da Confissão, à qual ele mesmo dedicada muitas horas do dia; a ele se dirigiam bispos, sacerdotes, religiosos, leigos eminentes e pessoas simples: a todos sabia oferecer o tempo necessário. De muitos, também, que chegaram a ser santos e fundadores de institutos religiosos, foi sábio conselheiro espiritual. Seu ensino nunca era abstrato, baseado somente nos livros utilizados nessa época, mas nascia da experiência viva da misericórdia de Deus e do profundo conhecimento da alma humana, adquirido no longo tempo transcorrido no confessionário e na direção espiritual: a sua era verdadeiramente uma escola de vida sacerdotal.
Seu segredo era simples: ser um homem de Deus; fazer, nas pequenas ações cotidianas, "o que possa representar maior glória de Deus e maior proveito das almas". Amava de forma total o Senhor, estava animado por uma fé bem arraigada, sustentado por uma oração profunda e prolongada, vivia uma sincera caridade com todos. Conhecia a teologia moral, mas conhecia também as situações e o coração das pessoas, de cujo bem se encarregava, como o bom pastor. Os que tinham a graça de estar perto dele se transformavam em outros bons pastores e confessores válidos. Indicava com clareza a todos os sacerdotes a santidade a ser alcançada precisamente no ministério pastoral. O Beato Clemente Marchisio, fundador das Filhas de São José, afirmava: "Entrei no internato sendo um grande travesso e um meio doido, sem saber o que queria dizer ser sacerdote, e saí de lá sendo totalmente diferente, plenamente imbuído da dignidade do sacerdote". Quantos sacerdotes foram formados no internato e depois seguidos espiritualmente! Entre estes, como já comentei, surge São João Bosco, que o teve como diretor espiritual durante 25 anos (de 183 a 1860): antes como clérigo, depois como sacerdote e depois como fundador. Todas as escolhas fundamentais da vida de São João Bosco tiveram como conselheiro e guia São José Cafasso, mas de uma maneira bem precisa: Cafasso jamais buscou formar em Dom Bosco um discípulo "à sua imagem e semelhança", e Dom Bosco nunca copiou Cafasso; imitou-o certamente nas virtudes humanas e sacerdotais, definindo-o, de fato, como "modelo de vida sacerdotal"; mas desenvolveu suas próprias atitudes pessoais e sua peculiar vocação - um sinal da sabedoria do mestre espiritual e da inteligência do discípulo: o primeiro não se impôs sobre o segundo, mas o respeitou em sua personalidade e o ajudou a ler qual era a vontade de Deus sobre ele. Queridos amigos, este é um ensinamento belíssimo para todos aqueles que estão comprometidos na formação e educação das jovens gerações e é também um forte convite sobre quão importante é ter um guia espiritual na própria vida, que ajude a entender o que Deus quer de nós. De maneira simples e profunda, nosso santo afirmava: "Toda a santidade, a perfeição e o proveito de uma pessoa está em fazer perfeitamente a vontade de Deus (...). Felizes nós, se conseguirmos verter assim nosso coração dentro do de Deus, unir de tal forma nossos desejos, nossa vontade à sua, que formem um só coração e uma só vontade: querer o que Deus quer, querer na forma, no tempo, nas circunstâncias que Ele quiser e querer tudo isso não por outro motivo a não ser porque Deus o quer".
Mas outro elemento caracteriza o ministério do nosso santo: a atenção aos últimos, em particular aos presos, que em Turim do século XIX viviam em lugares inumanos e inumanizadores. Também neste delicado serviço, levado a cabo durante mais de vinte anos, ele foi sempre o bom pastor, compreensivo e compassivo - qualidade percebida pelos detentos, que acabavam por ser conquistados por esse amor sincero, cuja origem era o próprio Deus. A simples presença de Cafasso fazia o bem: serenava, tocava os corações endurecidos pelas circunstâncias da vida e sobretudo iluminava e removia as consciências indiferentes. Nos primeiros anos do seu ministério entre os presos, ele recorria frequentemente às grandes pregações que chegavam a envolver quase toda a população carcerária. Com o passar do tempo, privilegiou a catequese pequena, feita nos colóquios e nos encontros pessoais: respeitoso das circunstâncias de cada um, enfrentava os grandes temas da vida cristã, falando da confiança em Deus, da adesão à sua vontade, da utilidade da oração e dos sacramentos, cujo ponto de chegada é a Confissão, o encontro com Deus, feito para nós misericórdia infinita. Os condenados à morte foram objetos de cuidados humanos e espirituais especialíssimos. Ele acompanhou ao patíbulo, após tê-los confessado e administrado a Eucaristia, 57 condenados à morte. Acompanhava-os com profundo amor, até a última respiração da sua existência terrena.
Morreu no dia 23 de junho de 1860, após uma vida oferecida totalmente ao Senhor e consumada pelo próximo. Meu predecessor, o venerável servo de Deus Papa Pio XII, no dia 9 de abril de 1948, proclamou-o padroeiro das prisões italianas e, com a exortação apostólica Menti nostrae, em 23 de setembro de 1950, o propôs como modelo aos sacerdotes comprometidos na confissão e na direção espiritual.
Queridos irmãos e irmãs: que São José Cafasso seja um convite para todos a intensificar o caminho rumo à perfeição da vida cristã, a santidade; em particular, que recorde aos sacerdotes a importância de dedicar tempo ao sacramento da Reconciliação e à direção espiritual, e a todos a atenção que devemos ter com os mais necessitados. Que nos ajude a intercessão da Beata Virgem Maria, a quem São José Cafasso era devotíssimo e chamada de "nossa querida Mãe, nosso consolo, nossa esperança".
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:
Na semana passada, fez cento e cinquenta anos que morreu São José Cafasso, que resplandece na Igreja pelos seus dotes de diretor espiritual e o seu grande espírito de caridade. Este levou-o a privilegiar os últimos, os encarcerados: durante mais de vinte anos, foi o pastor compreensivo e compassivo dos reclusos de Turim. Por isso depois foi proclamado pelo Papa Pio XII patrono dos estabelecimentos carcerários. São José Cafasso não foi pároco como o Santo Cura d'Ars, mas formador de párocos e sacerdotes diocesanos; mais ainda, formador de sacerdotes santos, entre os quais se conta São João Bosco. O seu segredo era simples: ser um homem de Deus, procurando, nas ações humildes de cada dia, fazer tudo aquilo que pode servir para a maior glória de Deus e o bem das almas.
Amados peregrinos de língua portuguesa, em particular quantos vieram de Angola e do Brasil para acompanhar os seus Arcebispos que ontem receberam o pálio, símbolo de uma especial união com Cristo Bom Pastor e com o seu Vigário e Sucessor de Pedro no governo do povo de Deus: saúdo os fiéis de Lubango com Dom Gabriel Mbilingi, de Belém do Pará com Dom Alberto Corrêa, e de Olinda e Recife com Dom Antônio Saburido. À Virgem Maria confio as vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o precioso dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro, ao dar-vos a bênção apostólica.
[Tradução: Aline Banchieri
©Libreria Editrice Vaticana]
ORAÇÃO DO ANGELUS

"Angelus" - Oração do meio dia
V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E Ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria…
V. Eis a escrava do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.
Ave Maria…
V. E o Verbo divino encarnou.
R. E habitou no meio de nós.
Ave Maria…
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos.
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação de Cristo, Vosso Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
quarta-feira, 30 de junho de 2010
PRIMEIROS MÁRTIRES DO CRISTIANISMO
Os primeiros mártires do Cristianismo
Certo dia, um pavoroso incêndio reduziu Roma a cinzas. Em 19 de julho de 64, a poderosa capital virou escombros e o imperador Nero, considerado um déspota imoral e louco por alguns historiadores, viu-se acusado de ter sido o causador do sinistro. Para defender-se, acusou os cristãos, fazendo brotar um ódio contra os seguidores da fé que se espalharia pelos anos seguintes.
Nero aproveitou-se das calúnias que já cercavam a pequena e pouco conhecida comunidade hebraica que habitava Roma, formada por pacíficos cristãos. Na cabeça do povo já havia, também, contra eles, o fato de recusarem-se a participar do culto aos deuses pagãos. Aproveitando-se do desconhecimento geral sobre a religião, Nero culpou os cristãos e ordenou o massacre de todos eles.
Há registros de um sadismo feroz e inaceitável, que fez com que o povo romano, até então liberal com relação às outras religiões, passasse a repudiar violentamente os cristãos. Houve execuções de todo tipo e forma e algumas cenas sanguinárias estimulavam os mais terríveis sentimentos humanos, provocando implacável perseguição.
Alguns adultos foram embebidos em piche e transformados em tochas humanas usadas para iluminar os jardins da colina Oppio. Em outro episódio revoltante, crianças e mulheres foram vestidas com peles de animais e jogadas no circo às feras, para serem destroçadas e devoradas por elas.
Desse modo, a crueldade se estendeu de 64 até 67, chegando a um exagero tão grande que acabou incutindo no povo um sentimento de piedade. Não havia justificativa, nem mesmo alegando razões de Estado, para tal procedimento. O ódio acabou se transformando em solidariedade.
Os apóstolos são Pedro e são Paulo foram duas das mais famosas vítimas do imperador tocador de lira, por isso a celebração dos mártires de Nero foi marcada para um dia após a data que lembra o martírio de ambos.
Porém, como bem nos lembrou o papa Clemente, o dia de hoje é a festa de todos os mártires, que com o seu sangue sedimentaram a gloriosa Igreja Católica Apostólica Romana
Certo dia, um pavoroso incêndio reduziu Roma a cinzas. Em 19 de julho de 64, a poderosa capital virou escombros e o imperador Nero, considerado um déspota imoral e louco por alguns historiadores, viu-se acusado de ter sido o causador do sinistro. Para defender-se, acusou os cristãos, fazendo brotar um ódio contra os seguidores da fé que se espalharia pelos anos seguintes.
Nero aproveitou-se das calúnias que já cercavam a pequena e pouco conhecida comunidade hebraica que habitava Roma, formada por pacíficos cristãos. Na cabeça do povo já havia, também, contra eles, o fato de recusarem-se a participar do culto aos deuses pagãos. Aproveitando-se do desconhecimento geral sobre a religião, Nero culpou os cristãos e ordenou o massacre de todos eles.
Há registros de um sadismo feroz e inaceitável, que fez com que o povo romano, até então liberal com relação às outras religiões, passasse a repudiar violentamente os cristãos. Houve execuções de todo tipo e forma e algumas cenas sanguinárias estimulavam os mais terríveis sentimentos humanos, provocando implacável perseguição.
Alguns adultos foram embebidos em piche e transformados em tochas humanas usadas para iluminar os jardins da colina Oppio. Em outro episódio revoltante, crianças e mulheres foram vestidas com peles de animais e jogadas no circo às feras, para serem destroçadas e devoradas por elas.
Desse modo, a crueldade se estendeu de 64 até 67, chegando a um exagero tão grande que acabou incutindo no povo um sentimento de piedade. Não havia justificativa, nem mesmo alegando razões de Estado, para tal procedimento. O ódio acabou se transformando em solidariedade.
Os apóstolos são Pedro e são Paulo foram duas das mais famosas vítimas do imperador tocador de lira, por isso a celebração dos mártires de Nero foi marcada para um dia após a data que lembra o martírio de ambos.
Porém, como bem nos lembrou o papa Clemente, o dia de hoje é a festa de todos os mártires, que com o seu sangue sedimentaram a gloriosa Igreja Católica Apostólica Romana
terça-feira, 29 de junho de 2010
PALAVRA DO SENHOR PARA HOJE
Secretariado Nacional de Liturgia
«Vós tendes palavras de vida eterna»
S. PEDRO e S. PAULO, Apóstolos
29 Junho
Nota Histórica
Desde o século III que a Igreja une na mesma solenidade os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, as duas grandes colunas da Igreja. Pedro, pescador da Galileia, irmão de André, foi escolhido por Jesus Cristo como chefe dos Doze Apóstolos, constituído por Ele como pedra fundamental da Sua Igreja e Cabeça do Corpo Místico. Foi o primeiro representante de Jesus sobre a terra.
S. Paulo, nascido em Tarso, na Cilícia, duma família judaica, não pertenceu ao número daqueles que, desde o princípio, conviveram com Jesus. Perseguidor dos cristãos, converte-se, pelo ano 36, a caminho de Damasco, tornando-se, desde então, Apóstolo apaixonado de Cristo. Ao longo de 30 anos, anunciará o Senhor Jesus, fundando numerosas Igrejas e consolidando na fé, com as suas Cartas, as jovens cristandades. Foi o promotor da expansão missionária, abrindo a Igreja às dimensões do mundo.
Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Cristo. S. Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamava: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». E, no seu amor pelo Mestre, dizia: «Senhor, Tu sabes que eu Te amo». S. Paulo, por seu lado, afirmava: «Eu sei em quem creio», ao mesmo tempo que exprimia assim o seu amor: «A minha vida é Cristo»!
Depois de ambos terem suportado toda a espécie de perseguições, foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero. Regando, com o seu sangue, no mesmo terreno, «plantaram» a Igreja de Deus.
Após 2000 anos, continuam a ser «nossos pais na fé». Honrando a sua memória, celebremos o mistério da Igreja fundada sobre os Apóstolos e peçamos, por sua intercessão, perfeita fidelidade ao ensinamento apostólico.
Missa
Missa da Vigília
Esta Missa diz-se na tarde do dia 28 de Junho, antes ou depois das Vésperas I da solenidade.
ANTÍFONA DE ENTRADA
Pedro, apóstolo, e Paulo, doutor das gentes,
ensinaram-nos a vossa lei, Senhor.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que, por meio dos apóstolos São Pedro e São Paulo,
comunicastes à vossa Igreja os primeiros ensinamentos da fé,
concedei-nos, por sua intercessão,
o auxílio necessário para chegarmos à salvação eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 3, 1-10
«Dou-te o que tenho: em nome de Jesus, levanta-te e anda»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Pedro e João subiam ao templo
para a oração das três horas da tarde.
Trouxeram então um homem, coxo de nascença,
que colocavam todos os dias
à porta do templo, chamada Porta Formosa,
para pedir esmola aos que entravam.
Ao ver Pedro e João, que iam a entrar no templo,
pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João,
olhou fixamente para ele e disse-lhe:
«Olha para nós».
O coxo olhava atentamente para Pedro e João,
esperando receber deles alguma coisa.
Pedro disse-lhe:
«Não tenho ouro nem prata,
mas dou-te o que tenho:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda».
E, tomando-lhe a mão direita, levantou-o.
Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos,
levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar;
depois entrou com eles no templo,
caminhando, saltando e louvando a Deus.
Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus
e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado,
a mendigar, à Porta Formosa do templo,
ficaram cheios de admiração e assombro
pelo que lhe tinha acontecido.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 A (19 A), 2-3.4-5 (R. 5a)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a terra.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
LEITURA II Gal 1, 11-20
«Deus destinou-me desde o seio materno»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Eu vos declaro, irmãos:
O Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana,
porque não o recebi ou aprendi de nenhum homem,
mas por uma revelação de Jesus Cristo.
Certamente ouvistes falar do meu proceder outrora no judaísmo
e como perseguia terrivelmente a Igreja de Deus
e procurava destruí-la.
Fazia mais progressos no judaísmo
do que muitos dos meus compatriotas da mesma idade,
por ser extremamente zeloso das tradições dos meus pais.
Mas quando Aquele que me destinou desde o seio materno
e me chamou pela sua graça,
Se dignou revelar em mim o seu Filho
para que eu O anunciasse aos gentios,
decididamente não consultei a carne e o sangue,
nem subi a Jerusalém
para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim;
mas retirei-me para a Arábia
e depois voltei novamente a Damasco.
Três anos mais tarde,
subi a Jerusalém para ir conhecer Pedro
e fiquei junto dele quinze dias.
Não vi mais nenhum dos Apóstolos,
a não ser Tiago, irmão do Senhor.
– O que vos escrevo, diante de Deus o afirmo:
não estou a mentir. –
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 21, 17b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Senhor, que sabeis tudo,
bem sabeis que Vos amo. Refrão
EVANGELHO Jo 21, 15-19
«Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Quando Jesus Se manifestou aos seus discípulos
junto ao mar de Tiberíades,
depois de comerem, perguntou a Simão Pedro:
«Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?».
Ele respondeu-Lhe:
«Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros».
Voltou a perguntar-lhe segunda vez:
«Simão, filho de João, tu amas-Me?».
Ele respondeu-Lhe:
«Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas».
Perguntou-lhe pela terceira vez:
«Simão, filho de João, tu amas-Me?».
Pedro entristeceu-se
por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava
e respondeu-Lhe:
«Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo:
Quando eras mais novo,
tu mesmo te cingias e andavas por onde querias;
mas quando fores mais velho,
estenderás a mão e outro te cingirá
e te levará para onde não queres».
Jesus disse isto para indicar o género de morte
com que Pedro havia de dar glória a Deus.
Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».
Palavra da salvação
«Vós tendes palavras de vida eterna»
S. PEDRO e S. PAULO, Apóstolos
29 Junho
Nota Histórica
Desde o século III que a Igreja une na mesma solenidade os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, as duas grandes colunas da Igreja. Pedro, pescador da Galileia, irmão de André, foi escolhido por Jesus Cristo como chefe dos Doze Apóstolos, constituído por Ele como pedra fundamental da Sua Igreja e Cabeça do Corpo Místico. Foi o primeiro representante de Jesus sobre a terra.
S. Paulo, nascido em Tarso, na Cilícia, duma família judaica, não pertenceu ao número daqueles que, desde o princípio, conviveram com Jesus. Perseguidor dos cristãos, converte-se, pelo ano 36, a caminho de Damasco, tornando-se, desde então, Apóstolo apaixonado de Cristo. Ao longo de 30 anos, anunciará o Senhor Jesus, fundando numerosas Igrejas e consolidando na fé, com as suas Cartas, as jovens cristandades. Foi o promotor da expansão missionária, abrindo a Igreja às dimensões do mundo.
Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Cristo. S. Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamava: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». E, no seu amor pelo Mestre, dizia: «Senhor, Tu sabes que eu Te amo». S. Paulo, por seu lado, afirmava: «Eu sei em quem creio», ao mesmo tempo que exprimia assim o seu amor: «A minha vida é Cristo»!
Depois de ambos terem suportado toda a espécie de perseguições, foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero. Regando, com o seu sangue, no mesmo terreno, «plantaram» a Igreja de Deus.
Após 2000 anos, continuam a ser «nossos pais na fé». Honrando a sua memória, celebremos o mistério da Igreja fundada sobre os Apóstolos e peçamos, por sua intercessão, perfeita fidelidade ao ensinamento apostólico.
Missa
Missa da Vigília
Esta Missa diz-se na tarde do dia 28 de Junho, antes ou depois das Vésperas I da solenidade.
ANTÍFONA DE ENTRADA
Pedro, apóstolo, e Paulo, doutor das gentes,
ensinaram-nos a vossa lei, Senhor.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que, por meio dos apóstolos São Pedro e São Paulo,
comunicastes à vossa Igreja os primeiros ensinamentos da fé,
concedei-nos, por sua intercessão,
o auxílio necessário para chegarmos à salvação eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 3, 1-10
«Dou-te o que tenho: em nome de Jesus, levanta-te e anda»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Pedro e João subiam ao templo
para a oração das três horas da tarde.
Trouxeram então um homem, coxo de nascença,
que colocavam todos os dias
à porta do templo, chamada Porta Formosa,
para pedir esmola aos que entravam.
Ao ver Pedro e João, que iam a entrar no templo,
pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João,
olhou fixamente para ele e disse-lhe:
«Olha para nós».
O coxo olhava atentamente para Pedro e João,
esperando receber deles alguma coisa.
Pedro disse-lhe:
«Não tenho ouro nem prata,
mas dou-te o que tenho:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda».
E, tomando-lhe a mão direita, levantou-o.
Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos,
levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar;
depois entrou com eles no templo,
caminhando, saltando e louvando a Deus.
Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus
e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado,
a mendigar, à Porta Formosa do templo,
ficaram cheios de admiração e assombro
pelo que lhe tinha acontecido.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 A (19 A), 2-3.4-5 (R. 5a)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a terra.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
LEITURA II Gal 1, 11-20
«Deus destinou-me desde o seio materno»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Eu vos declaro, irmãos:
O Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana,
porque não o recebi ou aprendi de nenhum homem,
mas por uma revelação de Jesus Cristo.
Certamente ouvistes falar do meu proceder outrora no judaísmo
e como perseguia terrivelmente a Igreja de Deus
e procurava destruí-la.
Fazia mais progressos no judaísmo
do que muitos dos meus compatriotas da mesma idade,
por ser extremamente zeloso das tradições dos meus pais.
Mas quando Aquele que me destinou desde o seio materno
e me chamou pela sua graça,
Se dignou revelar em mim o seu Filho
para que eu O anunciasse aos gentios,
decididamente não consultei a carne e o sangue,
nem subi a Jerusalém
para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim;
mas retirei-me para a Arábia
e depois voltei novamente a Damasco.
Três anos mais tarde,
subi a Jerusalém para ir conhecer Pedro
e fiquei junto dele quinze dias.
Não vi mais nenhum dos Apóstolos,
a não ser Tiago, irmão do Senhor.
– O que vos escrevo, diante de Deus o afirmo:
não estou a mentir. –
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 21, 17b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Senhor, que sabeis tudo,
bem sabeis que Vos amo. Refrão
EVANGELHO Jo 21, 15-19
«Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Quando Jesus Se manifestou aos seus discípulos
junto ao mar de Tiberíades,
depois de comerem, perguntou a Simão Pedro:
«Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?».
Ele respondeu-Lhe:
«Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros».
Voltou a perguntar-lhe segunda vez:
«Simão, filho de João, tu amas-Me?».
Ele respondeu-Lhe:
«Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas».
Perguntou-lhe pela terceira vez:
«Simão, filho de João, tu amas-Me?».
Pedro entristeceu-se
por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava
e respondeu-Lhe:
«Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo».
Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo:
Quando eras mais novo,
tu mesmo te cingias e andavas por onde querias;
mas quando fores mais velho,
estenderás a mão e outro te cingirá
e te levará para onde não queres».
Jesus disse isto para indicar o género de morte
com que Pedro havia de dar glória a Deus.
Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».
Palavra da salvação
segunda-feira, 28 de junho de 2010
ORAÇÃO POR TODOS OS SACERDOTES, DUM MODO PARTICULAR PELOS QUE DIA 27 SE ORDENARAM

Senhor Jesus, em vésperas de venerarmos os vossos santos, são Pedro e são Paulo,Vos pedimos a graça de protegerdes todos os sacerdotes da insídia do demónio, de os tornardes fortes e decisivos a abraçar a melhor vocação que Vós poderieis ter cedido a um mortal.
Que a sua consagração ao Vosso serviço, os torne cada vez mais santos, mais fiéis e mais despreendidos de quanto os afaste de exigente missão de levarem o Evangelho a todas as nações pelos testemunhos de suas vidas. Não os abandoneis e livrai-os de más companhias. Mas se tal suceder, ficai a seu lado e não os abandoneis às tentações do inimigo.
Maria Santíssima a vós vô-los entrego, ciente de que o Vosso santo manto os protegerá.Amen
ORÇÃO PELO NOSSO SANTO PADRE BENTO XVI

Oração pelo Santo Padre, o Summo Pontífice
Ó Jesus cabeça invisível da Santa Igreja, que a fundastes sobre uma firme pedra, e prometestes que as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela, conservai, fortificai e guiai aquele que lhe destes por cabeça visível. Fazei que ele seja o modelo do vosso rebanho, assim como é o seu pastor. Seja ele o primeiro por sua santidade, doutrina e paciência, assim como o é por sua dignidade; seja ele o digno Vigário de vossa Caridade, assim como o é da vossa Autoridade. Inspirai-lhe um zelo ardente de vossa glória, da salvação das almas e da santa religião. Dai-lhe coragem invencível para combater os inimigos de vosso Santo Nome, e uma firmeza inabalável, para se opor aos estragos do erro e da impiedade. Dai-lhe a plenitude do vosso espírito, para conduzir a barca agitada de vossa Santa Igreja através dos escolhos que a cercam.
Consolai o seu coração aflito, sustentai sua alma abatida, fazei voltarem suas ovelhas desgarradas. Ajudai-o a levar o peso de sua alta dignidade e de todos os trabalhos que a acompanham. Dignai-Vos, ó meu Deus, escutar benigno os votos que Vos dirigimos por ele, e concedei-lhe longos anos, para aumentar a vossa glória e o triunfo da vossa Santa Religião.
V. Oremos pelo nosso Summo Pontífice...(Bento XVI)
R. O Senhor o conserve, vivifique e beatifique na terra, e não o entregue nas mãos de seus inimigos. Amém.
Padre Nosso, Ave-Maria e Gloria Patri (300 dias de indulgência)
Jesus, Nosso Senhor, cobri com a proteção do vosso divino Coração o nosso Santíssimo Padre ... (Bento XVI) e sede sua luz, sua força e seu consolo. (300 dias de indulgência
Ó Jesus cabeça invisível da Santa Igreja, que a fundastes sobre uma firme pedra, e prometestes que as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela, conservai, fortificai e guiai aquele que lhe destes por cabeça visível. Fazei que ele seja o modelo do vosso rebanho, assim como é o seu pastor. Seja ele o primeiro por sua santidade, doutrina e paciência, assim como o é por sua dignidade; seja ele o digno Vigário de vossa Caridade, assim como o é da vossa Autoridade. Inspirai-lhe um zelo ardente de vossa glória, da salvação das almas e da santa religião. Dai-lhe coragem invencível para combater os inimigos de vosso Santo Nome, e uma firmeza inabalável, para se opor aos estragos do erro e da impiedade. Dai-lhe a plenitude do vosso espírito, para conduzir a barca agitada de vossa Santa Igreja através dos escolhos que a cercam.
Consolai o seu coração aflito, sustentai sua alma abatida, fazei voltarem suas ovelhas desgarradas. Ajudai-o a levar o peso de sua alta dignidade e de todos os trabalhos que a acompanham. Dignai-Vos, ó meu Deus, escutar benigno os votos que Vos dirigimos por ele, e concedei-lhe longos anos, para aumentar a vossa glória e o triunfo da vossa Santa Religião.
V. Oremos pelo nosso Summo Pontífice...(Bento XVI)
R. O Senhor o conserve, vivifique e beatifique na terra, e não o entregue nas mãos de seus inimigos. Amém.
Padre Nosso, Ave-Maria e Gloria Patri (300 dias de indulgência)
Jesus, Nosso Senhor, cobri com a proteção do vosso divino Coração o nosso Santíssimo Padre ... (Bento XVI) e sede sua luz, sua força e seu consolo. (300 dias de indulgência
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM

SEMANÁRIO CATÓLICO DA GUARDA
SECÇÃO: Liturgia
Foi para a Liberdade que Cristo nos libertou
Ao lermos a máxima: “Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou”, escrita na primeira frase da epístola de hoje, ficamos perplexos, pois supúnhamos estar sob o jugo das normas do Evangelho, obrigados a cumprir a sua Lei e a afastar-nos dos comportamentos corrompidos para os quais tendemos.
Ora a liberdade retratada pelo Apóstolo não aparece no conceito usualmente anotado por nós. É a liberdade verdadeira para a qual Cristo nos libertou. A ideia vem do resgate dos escravos daquele tempo, quando se lhes entregava a carta de alforria, geralmente paga por um benfeitor. Aliás esta ideia palpita muitas vezes nas cartas de S. Paulo, nas quais afirma termos sido libertados do mal pelo sangue de Cristo que pagou a Deus Pai o preço da nossa redenção, não para podermos escolher o pecado, mas para nos arrancar ao seu domínio. Pagar com a sua cruz a libertação do mal ou de práticas já ab-rogadas, como era o caso da circuncisão, para que os discípulos continuassem com o dever de as praticar seria um contra-senso. Daqui, o conselho de permanecerem firmes na nova fé e não se sujeitarem de novo ao seu domínio.
Aparece, no entanto, já prevendo o não entendimento de tais expressões, o aviso aos discípulos, pois, novos como eram na religião cristã, poderiam não divisar ser o cristianismo, libertação do jugo mosaico: “Não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne”.
A nova Lei já não é a de Moisés. Há um mandamento novo que se resume na caridade. Esta torna-nos servidores uns dos outros e não permitirá ao instinto, inclinar-se para o que há de mais baixo, no nosso amor próprio e no nosso egoísmo.
Há uma incompatibilidade absoluta entre as obras da carne e as tendências do espírito. Como se vê mais adiante, o Apóstolo demarcará vigorosamente os princípios: “Os que são de Cristo Jesus crucificaram sua carne com seus vícios e concupiscências”.
Assim, como vivemos pelo Espírito de Cristo, teremos de nos deixar conduzir por Ele.
Necessário se torna, por isso, o combate espiritual já anunciado pelo grande Mestre: “Não penseis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz mas a espada. Porque vim separar o filho do pai, a filha de sua mãe e a nora da sogra; de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares”.
Perante os princípios antagónicos anotados nesta epístola: “a carne que tem desejos contrários aos do Espírito e o Espírito desejos contrários aos da carne” há que escolher: ou a favor de Deus e da nossa salvação, ou a favor do maligno, princípio do castigo eterno.
A condição da nossa existência espiritual é uma luta renhida e porfiada, onde se joga a destreza habilidosa do homem livre, não condicionado senão pela verdade.
“A verdade vos libertará” é a sentença de Jesus, no Evangelho. Seria lamentável corrermos atrás da mentira tão prejudicial à nossa existência presente e futura, tanto mais ter a vitória um preço incalculável e valioso: a paixão e morte de Deus feito homem. À liberdade triunfante na cruz não pode suceder
sexta-feira, 25 de junho de 2010
29 DE JUNHO-SÃO PEDRO- 1º PAPA ESCOLHIDO POR JESUS CRISTO

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Pedro (século I a.C., Betsaida, Galiléia — cerca de 67 d.C., Roma)[1] foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, como está escrito no Novo Testamento e, mais especificamente, nos quatro Evangelhos. São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma[2][3], sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica
1 Nome e importância
2 Dados biográficos
3 O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
4 O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
5 Os textos escritos pelo apóstolo
6 Indícios arqueológicos
7 Notas e referências
8 Ligações externas
Pedro (século I a.C., Betsaida, Galiléia — cerca de 67 d.C., Roma)[1] foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, como está escrito no Novo Testamento e, mais especificamente, nos quatro Evangelhos. São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma[2][3], sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica
1 Nome e importância
2 Dados biográficos
3 O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
4 O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
5 Os textos escritos pelo apóstolo
6 Indícios arqueológicos
7 Notas e referências
8 Ligações externas
Nome e importância
Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha, que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.[4] Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
Dados biográficos
São Pedro e as chaves do céu (Dürer).Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo Santo André. Novas pesquisas no campo demonstram que Pedro e os demais apóstolos não eram simples pescadores. Ele e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes Zebedeu.[5] Pedro era casado e tinha pelo menos um filho. Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma villa romana[6], na cidade "romana" de Cafarnaum[7]. O pai da esposa de Pedro chamava-se Aristóbulo, que tinha um irmão conhecido por Barnabé, e pertenciam provavelmente a uma família aristocrática, possivelmente a do rei Herodes.
Segundo o relato no Evangelho de São Lucas,[8] Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com São Tiago e João, seus sócios, concedeu-lhe o lugar na barca que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".
Nos Evangelhos Sinóticos o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.
Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo Amado, quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.
Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e aí permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta reunião, Pedro ficou em Antioquia (como o seu companheiro de ministério, Paulo, afirma em sua carta aos gálatas. A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma, esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur da Escola Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia.[2] Hoje, porém os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou, que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de São Pedro em Roma.[2] Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.[3]
O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
Cristo entrega as chaves do céu a Pedro (Perugino, Capela Sistina).Toda a primeira parte do Evangelho gira em torno da pergunta: quem é Jesus? Simão foi o primeiro dos discípulos a responder essa pergunta: Jesus é o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro.
Encontramos o relato do evento no Evangelho de São Mateus, 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?".
Simão Pedro, respondendo, disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja[9], e as portas do Hades[10] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[11] nos céus” (Mt 16, 16:19).
O Evangelho de João[12], bem como o de Lucas[13], também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe: Jesus disse a Simão (Pedro): "Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes? "Ele lhe respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe: "Simão filho de João, tu Me amas? - "Sim, Senhor”, disse ele, “tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse: "Simão filho de João, tu Me amas? Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara “Tu Me amas?” e lhe disse: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Minhas ovelhas.[14]
Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.[15]
Mais do que em Mt 16, 17:19 esse texto é mais claro no que se refere ao primado que Cristo confere a Pedro no próprio seio dos apóstolos; um papel de direção na Fé.
O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
São Pedro por El Greco.A comunidade de Roma foi fundada e evangelizada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua supostamente sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos supostamente é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que supostamente é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A suposta sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI.
Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."[16]. Trata-se da Igreja de Roma[17]. Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã[18].
Os historiadores atualmente acreditam que a tradição católica está correta, igualmente muitas tradições antigas corroboram com a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado
Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha, que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.[4] Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
Dados biográficos
São Pedro e as chaves do céu (Dürer).Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo Santo André. Novas pesquisas no campo demonstram que Pedro e os demais apóstolos não eram simples pescadores. Ele e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes Zebedeu.[5] Pedro era casado e tinha pelo menos um filho. Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma villa romana[6], na cidade "romana" de Cafarnaum[7]. O pai da esposa de Pedro chamava-se Aristóbulo, que tinha um irmão conhecido por Barnabé, e pertenciam provavelmente a uma família aristocrática, possivelmente a do rei Herodes.
Segundo o relato no Evangelho de São Lucas,[8] Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com São Tiago e João, seus sócios, concedeu-lhe o lugar na barca que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".
Nos Evangelhos Sinóticos o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.
Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo Amado, quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.
Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e aí permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta reunião, Pedro ficou em Antioquia (como o seu companheiro de ministério, Paulo, afirma em sua carta aos gálatas. A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma, esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur da Escola Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia.[2] Hoje, porém os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou, que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de São Pedro em Roma.[2] Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.[3]
O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
Cristo entrega as chaves do céu a Pedro (Perugino, Capela Sistina).Toda a primeira parte do Evangelho gira em torno da pergunta: quem é Jesus? Simão foi o primeiro dos discípulos a responder essa pergunta: Jesus é o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro.
Encontramos o relato do evento no Evangelho de São Mateus, 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?".
Simão Pedro, respondendo, disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja[9], e as portas do Hades[10] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[11] nos céus” (Mt 16, 16:19).
O Evangelho de João[12], bem como o de Lucas[13], também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe: Jesus disse a Simão (Pedro): "Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes? "Ele lhe respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe: "Simão filho de João, tu Me amas? - "Sim, Senhor”, disse ele, “tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse: "Simão filho de João, tu Me amas? Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara “Tu Me amas?” e lhe disse: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Minhas ovelhas.[14]
Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.[15]
Mais do que em Mt 16, 17:19 esse texto é mais claro no que se refere ao primado que Cristo confere a Pedro no próprio seio dos apóstolos; um papel de direção na Fé.
O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
São Pedro por El Greco.A comunidade de Roma foi fundada e evangelizada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua supostamente sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos supostamente é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que supostamente é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A suposta sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI.
Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."[16]. Trata-se da Igreja de Roma[17]. Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã[18].
Os historiadores atualmente acreditam que a tradição católica está correta, igualmente muitas tradições antigas corroboram com a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado
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