domingo, 12 de julho de 2009

DOMINGO XV DO TEMPO COMUM

APÓSTOLO SÃO PAULO
PREPARANDO A PARTILHA DA PALAVRA

Na 1ª leitura de hoje, o profeta Amós encontra uma grande resistência à sua missão. Ele é acusado de querer “ganhar a vida” fazendo pregações no Santuário de Betel, que era um Santuário do rei.O sacerdote Amasias, responsável pelo Santuário, expulsa o profeta de lá, porque ele criticava duramente o rei e sua política opressora. Então Amós se defende: “Eu não sou profeta por profissão; sou apenas um vaqueiro e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor me tirou deste trabalho e me mandou profetizar”.A missão de profeta é sempre difícil, pois o verdadeiro profeta não fica calado diante das injustiças, da exploração, do erro e do pecado. O profeta também tem palavras de encorajamento para os oprimidos, de esperança para os pequenos, de ânimo para os marginalizados, de orientação para os que buscam a verdade, de alegria para quem está triste.A profecia bíblica é assim: de um lado, denuncia o que está errado e mostra as consequências disso na vida do povo de Deus. Por isso convoca para a conversão. De outro lado, anuncia a mudança, a libertação que certamente acontecerá. Por isso infunde esperança. Como os profetas de Israel e o próprio Cristo foram ungidos pelo Espírito Santo para cumprirem a sua missão, assim todos os batizados também são enviados para evangelizar.No dia do nosso batismo fomos ungidos com óleo, simbolizando que Deus nos escolheu para sermos seus pregadores, isto é, seus “profetas”. Já refletimos no domingo passado sobre essa missão de profeta que todos nós, batizados, temos. Hoje estamos vendo um outro aspecto dessa missão, percebendo que o cristão realiza sua missão profética do batismo anunciando o Evangelho. Um exemplo de grande pregador, de um cristão que assumiu pra valer a sua missão de evangelizador é o apóstolo Paulo.

Na 2ª leitura, Paulo se apresenta como ministro do Evangelho. Tem consciência de que Deus lhe deu a graça de anunciar aos não-judeus a insondável riqueza de Cristo. E Paulo faz isso com muita alegria: anuncia que os cristãos de origem pagã são admitidos à mesma herança dos cristãos de origem judaica. São membros do mesmo Corpo de Cristo e beneficiários da mesma promessa de vida eterna, pois Deus quer salvar a todos.Ajudar as pessoas a encontrarem em Cristo a alegria de viver e conviver, o sentido para sua vida, a força para enfrentar os desafios, isso é “evangelizar”. Esse anúncio é a Boa Nova, o Evangelho que todo batizado deve proclamar.

No Evangelho de hoje lemos que Jesus enviou seus discípulos para proclamar a Boa Nova, pregar a conversão e curar os enfermos. Isso significa que todos nós, hoje, temos a missão de promover a vida, de levar alegria às pessoas, de orientar os errantes no caminho de Deus.Para quem abraça essa missão Jesus tem algumas exigências: ser desapegado, desinstalado, desacomodado. Não perder tempo com futilidade, com coisas que não são essenciais. Realizar a missão com muito entusiasmo e pronto para enfrentar as dificuldades. Pelo batismo todos nos tornamos profetas de Deus, mas cada um deve descobrir o modo como vai realizar essa missão hoje nos ambientes em que vive.

A família é o primeiro espaço onde os leigos devem evangelizar, através das relações de amor, de respeito, de diálogo, de educação. Mas sentimos, hoje em dia, a falta de famílias bem constituídas, harmoniosas, estáveis. Falta muitas vezes um ambiente favorável para todos crescerem no amor mútuo, único meio para uma vida feliz.Diante disso, a família é chamada a ser uma pequena Igreja, um verdadeiro sinal do Reino de Deus, construindo a paz, o amor, o perdão e o apoio mútuo, preparando as pessoas para assumirem a vida com responsabilidade

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