sexta-feira, 30 de abril de 2010

A GRAÇA SANTIFICANTE EXISTE



A Santíssima Virgem, no primeiro instante de sua existência, foi enriquecida por Deus com uma imensa plenitude de graça, superior à de todos os Anjos e Santos reunidos.

Maria - escreve o Côn. Campana - foi concebida toda brilhante de santidade e de inocência. A saudação que Lhe fez mais tarde o Arcanjo Gabriel: Ave gratiae plena, poder-lhe-ia ter sido dirigida logo no primeira instante em que sua alma, saindo das mãos de Deus, foi unida a seu corpo. Desde então, a Bem-aventurada Virgem sobrepujou a todos os Santos,


A graça santificante
A graça propriamente dita, que se distingue realmente da natureza humana e da angélica, como um dom de Deus inteiramente gratuito, que excede as forças naturais e as exigências de toda natureza criada e mesmo criável. A graça habitual ou santificante nos faz participar da própria natureza divina ou de sua vida íntima, segundo as palavras de São Paulo (II Ped. I, 4): "(Jesus Cristo) nos comunicou mui grandes e preciosas graças, a fim de que por elas nos tornássemos consortes da natureza divina."

Pela graça nos tornamos filhos adoptivos de Deus, seus herdeiros e co-herdeiros do Cristo (Rom. VIII, 17); por ela somos nascidos de Deus. Ela nos torna aptos a receber a vida eterna como uma herança e como a recompensa dos méritos, dos quais ela é o princípio. Ela é mesmo o germe da vida eterna, sêmen gloriae diz a Tradição, enquanto ela nos dispõe, desde já, a ver a Deus como Ele se vê a si mesmo e a amá-lo como Ele se ama.

Esta graça habitual ou santificante é recebida na própria essência de nossa alma como um enxerto sobrenatural que sobreleva sua vitalidade, a deifica. Desta graça derivam para nossas faculdades as virtudes infusas, teologais e morais, e também os sete dons do Espírito Santo; quer dizer, tudo o que constitui nosso organismo sobrenatural. Segue-se daí que pela graça habitual a Santíssima Trindade habita em nós como num templo onde Ela é conhecida e amada.

A graça à qual se refere essas palavras do Anjo: Ave, gratia plena, é, portanto, superior às forças naturais e às exigências de toda natureza criada e criável. Sendo uma participação da natureza divina ou da vida íntima de Deus, ela nos faz entrar, propriamente, no reino de Deus, imensamente acima dos diversos reinos da natureza, que se podem chamar reinos mineral, vegetal, animal, humano e mesmo angélico (...)

O menor grau de graça santificante contido na alma de uma criancinha batizada, vale mais que o bem natural de todo o universo, mais que todas as naturezas criadas, inclusive as angélicas. Existe aí uma participação da vida íntima de Deus que é superior a todos os milagres e outros sinais exteriores da revelação divina, ou da santidade dos servos de Deus (...)

É desta graça, germe da glória, que se trata na palavra dirigida pelo Anjo a Maria: Deus te salve, cheia de graça!

E o Anjo devia notar que, embora tivesse ele a visão beatífica, aquela Santa Virgem possuía um grau de graça santificante e de caridade superior ao dele: o grau que convinha para que Ela se tornasse, nesse mesmo instante, a digna Mãe de Deus. (...)

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